Negociações nucleares com Irã avançam lentamente
Na reta final do diálogo nuclear, as negociações para alcançar um acordo avançam lentamente e o prazo foi adiado
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2015 às 17h59.
Viena - As negociações para alcançar um acordo que garanta que o Irã não fabrique armas atômicas avançam lentamente e seu prazo foi adiado nesta sexta-feira pela quarta vez porque as conversas se tornaram mais complicadas na reta final.
Os ministros de Relações Exteriores dos países negociadores (Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha, por um lado, e Irã, pelo outro) voltarão a reunir-se amanhã em Viena para continuar com a rodada final que começou há 15 dias.
Tanto os EUA como a União Europeia (UE) anunciaram hoje que estenderam até a próxima segunda-feira as medidas estipuladas no Plano de Ação Conjunto pactuado com o Irã em novembro de 2013.
Trata-se do congelamento de algumas sanções contra Teerã em troca da suspensão de parte do programa atômico iraniano, medidas estipuladas como gesto de boa vontade para criar confiança e facilitar o progresso rumo a um histórico acordo definitivo.
"Para permitir a negociação por tempo adicional, vamos dar os passos técnicos necessários para que sigam de pé até 13 de julho as medidas do Plano de Ação Conjunto", informou uma fonte do Departamento de Estado americano em comunicado.
Os cinco países-membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e Alemanha negociam há 20 meses um pacto para limitar o programa nuclear iraniano em troca da suspensão das sanções econômicas e financeiras.
O objetivo é que Teerã reduza suas atividades atômicas - especialmente o enriquecimento de urânio - até o ponto que não possa ter a capacidade de fabricar armas nucleares pelo menos nos próximos 10 ou 15 anos.
Em troca, as potências envolvidas nas negociações deverão garantir que Teerã possa manter um programa nuclear com fins civis e suspender as sanções financeiras e comerciais que há anos asfixiam a economia persa. As modalidades da suspensão das sanções é justamente um dos empecilhos.
Teerã insiste para que todas sejam anuladas assim que o acordo entrar em vigor, mas o G5+1 pretende obter antes um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que confirme que o Irã está cumprindo seus compromissos.
Outro ponto de discórdia é o alcance que deverão ter as inspeções da AIEA para verificar o cumprimento iraniano.
Teerã sempre negou que busque dotar-se de um arsenal nuclear, como suspeita o G5+1, mas até agora não permitiu o acesso dos inspetores da AIEA a instalações militares onde supostamente poderia ter realizado pesquisas atômicas.
O que complica mais as coisas é a exigência de Teerã para que o fim das sanções abranja também o embargo de armas, algo apoiado por Moscou e que Washington rejeita por considerar que não está diretamente relacionado com o conflito nuclear.
No último dia 2 de abril, as partes pactuaram em Lausanne (Suíça) os parâmetros gerais do acordo a ser redigido e se deram o prazo de 30 de junho para terminar de negociar os detalhes do mesmo, mas não conseguiram cumprir esse calendário.
Primeiro prolongaram o prazo até 7 de julho, depois por três dias mais, até hoje, quando decidiram fixar a data limite em 13 de julho.
Após 22 meses de esforço negociador, todos reconhecem que nunca antes tinham conseguido avançar tanto para uma solução política ao litígio nuclear. Mas também concordam em ressaltar que ainda lhes resta trabalho a fazer, pois o mais difícil ficou para o final.
O chefe da diplomacia britânica, Philip Hammond, lamentou hoje "a lentidão exasperante" da negociação.
Seu colega iraniano, Mohamad Javad Zarif, acusou seus oponentes de mudar suas posturas em relação a pontos já estipulados, e inclusive de posições díspares no seio do sexteto.
"Infelizmente, estamos vendo tanto mudanças de posturas como exigências excessivas. Vários países do Grupo 5+1 têm diferentes opiniões. Esses temas tornaram a negociação complicada", disse Zarif em declarações divulgadas pela agência iraniana "Irna".
No entanto, depois de se reunir esta manhã com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e com a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini (que atua como coordenadora das potências nesta negociação), Zarif expressou sua confiança em que os problemas pendentes serão resolvidos antes da segunda-feira.
Por sua parte, o presidente russo, Vladimir Putin, expressou hoje sua confiança em uma rápida assinatura de um acordo definitivo.
"Nós nos pronunciamos pela suspensão de todas as sanções contra o Irã o mais rápido possível", disse Putin na cidade russa de Ufa.
Se for alcançado, o pacto permitiria ao Irã voltar a exportar livremente seu petróleo, recuperar bilhões de dólares de fundos congelados no exterior e voltar a participar das redes financeiras e comerciais internacionais.
Para as potências negociadoras, além de frear uma corrida de armas atômicas no Oriente Médio, facilitaria a cooperação com o Irã na luta contra o jihadista Estado Islâmico.
Viena - As negociações para alcançar um acordo que garanta que o Irã não fabrique armas atômicas avançam lentamente e seu prazo foi adiado nesta sexta-feira pela quarta vez porque as conversas se tornaram mais complicadas na reta final.
Os ministros de Relações Exteriores dos países negociadores (Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha, por um lado, e Irã, pelo outro) voltarão a reunir-se amanhã em Viena para continuar com a rodada final que começou há 15 dias.
Tanto os EUA como a União Europeia (UE) anunciaram hoje que estenderam até a próxima segunda-feira as medidas estipuladas no Plano de Ação Conjunto pactuado com o Irã em novembro de 2013.
Trata-se do congelamento de algumas sanções contra Teerã em troca da suspensão de parte do programa atômico iraniano, medidas estipuladas como gesto de boa vontade para criar confiança e facilitar o progresso rumo a um histórico acordo definitivo.
"Para permitir a negociação por tempo adicional, vamos dar os passos técnicos necessários para que sigam de pé até 13 de julho as medidas do Plano de Ação Conjunto", informou uma fonte do Departamento de Estado americano em comunicado.
Os cinco países-membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e Alemanha negociam há 20 meses um pacto para limitar o programa nuclear iraniano em troca da suspensão das sanções econômicas e financeiras.
O objetivo é que Teerã reduza suas atividades atômicas - especialmente o enriquecimento de urânio - até o ponto que não possa ter a capacidade de fabricar armas nucleares pelo menos nos próximos 10 ou 15 anos.
Em troca, as potências envolvidas nas negociações deverão garantir que Teerã possa manter um programa nuclear com fins civis e suspender as sanções financeiras e comerciais que há anos asfixiam a economia persa. As modalidades da suspensão das sanções é justamente um dos empecilhos.
Teerã insiste para que todas sejam anuladas assim que o acordo entrar em vigor, mas o G5+1 pretende obter antes um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que confirme que o Irã está cumprindo seus compromissos.
Outro ponto de discórdia é o alcance que deverão ter as inspeções da AIEA para verificar o cumprimento iraniano.
Teerã sempre negou que busque dotar-se de um arsenal nuclear, como suspeita o G5+1, mas até agora não permitiu o acesso dos inspetores da AIEA a instalações militares onde supostamente poderia ter realizado pesquisas atômicas.
O que complica mais as coisas é a exigência de Teerã para que o fim das sanções abranja também o embargo de armas, algo apoiado por Moscou e que Washington rejeita por considerar que não está diretamente relacionado com o conflito nuclear.
No último dia 2 de abril, as partes pactuaram em Lausanne (Suíça) os parâmetros gerais do acordo a ser redigido e se deram o prazo de 30 de junho para terminar de negociar os detalhes do mesmo, mas não conseguiram cumprir esse calendário.
Primeiro prolongaram o prazo até 7 de julho, depois por três dias mais, até hoje, quando decidiram fixar a data limite em 13 de julho.
Após 22 meses de esforço negociador, todos reconhecem que nunca antes tinham conseguido avançar tanto para uma solução política ao litígio nuclear. Mas também concordam em ressaltar que ainda lhes resta trabalho a fazer, pois o mais difícil ficou para o final.
O chefe da diplomacia britânica, Philip Hammond, lamentou hoje "a lentidão exasperante" da negociação.
Seu colega iraniano, Mohamad Javad Zarif, acusou seus oponentes de mudar suas posturas em relação a pontos já estipulados, e inclusive de posições díspares no seio do sexteto.
"Infelizmente, estamos vendo tanto mudanças de posturas como exigências excessivas. Vários países do Grupo 5+1 têm diferentes opiniões. Esses temas tornaram a negociação complicada", disse Zarif em declarações divulgadas pela agência iraniana "Irna".
No entanto, depois de se reunir esta manhã com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e com a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini (que atua como coordenadora das potências nesta negociação), Zarif expressou sua confiança em que os problemas pendentes serão resolvidos antes da segunda-feira.
Por sua parte, o presidente russo, Vladimir Putin, expressou hoje sua confiança em uma rápida assinatura de um acordo definitivo.
"Nós nos pronunciamos pela suspensão de todas as sanções contra o Irã o mais rápido possível", disse Putin na cidade russa de Ufa.
Se for alcançado, o pacto permitiria ao Irã voltar a exportar livremente seu petróleo, recuperar bilhões de dólares de fundos congelados no exterior e voltar a participar das redes financeiras e comerciais internacionais.
Para as potências negociadoras, além de frear uma corrida de armas atômicas no Oriente Médio, facilitaria a cooperação com o Irã na luta contra o jihadista Estado Islâmico.