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Nacionalistas escoceses votarão contra o acordo do Brexit

Escócia será retirada da União Europeia contra sua vontade, o que pode fazer separatismo voltar ao debate

Bandeiras do Reino Unido, Escócia e União Europeia: acordo para a saída do Reino Unido da UE precisa agora ser submetido a votação no Parlamento britânico (jmimages/Getty Images)

Bandeiras do Reino Unido, Escócia e União Europeia: acordo para a saída do Reino Unido da UE precisa agora ser submetido a votação no Parlamento britânico (jmimages/Getty Images)

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EFE

Publicado em 17 de outubro de 2019 às 11h03.

Última atualização em 17 de outubro de 2019 às 11h11.

Edimburgo — O Partido Nacionalista Escocês (SNP), a terceira maior força na Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento britânico, votará contra o acordo do Brexit elaborado nesta quinta-feira pelo governo do Reino Unido e a União Europeia (UE) por conceder "um tratamento injusto" à Escócia.

O posicionamento foi anunciado pela primeira-ministra escocesa e líder do partido, Nicola Sturgeon. Segundo ela, a região será retirada da UE, do mercado único e da união aduaneira "contra a vontade majoritária dos escoceses", ao lembrar que 62% dos eleitores votaram a favor da permanência no bloco no referendo de 2016.

"A Escócia não votou pelo Brexit em nenhuma das suas formas e os deputados do SNP não votarão a favor do Brexit em nenhuma das suas formas. Especialmente quando fica claro que a Escócia, diante do resto das nações do Reino Unido, é tratada de forma injusta", disse em comunicado.

A líder independentista destacou que "não é certo" que a Escócia "siga um resultado pelo qual não votou, que é democraticamente inaceitável e zomba da premissa de que o Reino Unido é de alguma forma uma nação de iguais".

Enquanto a maior parte de Inglaterra e País de Gales apoiou o Brexit, Escócia e Irlanda do Norte o rejeitaram. No entanto, de acordo com o tratado elaborado, esta última seguiria alinhada com certas normas do mercado único europeu, embora dentro do território alfandegário do Reino Unido.

O objetivo é preservar os acordos de paz da Sexta-feira Santa (ou Acordo de Belfast), evitando a formação de uma fronteira dura entre a província britânica e a Irlanda.

Em ocasiões anteriores, Sturgeon defendeu que a Escócia também conte com certas concessões em relação à filiação aos espaços de livre-comércio do bloco, uma opção não considerada por Londres.

Para Sturgeon, esse posicionamento justifica a necessidade de um segundo referendo de independência da Escócia do Reino Unido em 2020, que já anunciou que pedirá ao governo britânico até o fim deste ano. Em 2014, 55% dos escoceses rejeitaram a separação ao serem consultados.

"Sob as circunstâncias que prevalecem agora, está claro que o melhor futuro para a Escócia é como uma nação europeia independente e igualitária. Essa é a opção que estou decidida a dar ao povo da Escócia", comentou.

O acordo para a saída do Reino Unido da UE precisa agora ser submetido a votação no Parlamento britânico, trâmite promete ser complicado para o primeiro-ministro, Boris Johnson.

Sem o apoio do norte-irlandês Partido Democrático Unionista (DUP), parceiro do governo britânico, Johnson terá que convencer parte da bancada trabalhista para alcançar seu objetivo.

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