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Nacionalismo está em ascensão antes de eleições europeias

Presidente da Comissão Europeia alertou contra a ascensão do nacionalismo, da xenofobia e do racismo até a eleição para o Parlamento Europeu

José Manuel Barroso: "precisamos ser honestos de que a crise e a ascensão do desemprego são uma ocasião para que forças populistas se tornem mais agressivas e ganhem alguns votos", disse (Yves Herman/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2013 às 06h24.

Bruxelas - O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, alertou contra a ascensão do nacionalismo, da xenofobia e do racismo até a eleição para o Parlamento Europeu, no ano que vem, quando há a previsão de um bom desempenho dos partidos anti-UE e de protesto.

A vários meses das eleições de 22 a 25 de maio nos 28 países do bloco, as pesquisas sugerem um forte apoio a candidatos de ultraesquerda e ultradireita, refletindo a frustração do eleitorado com a Europa após três anos de turbulências financeiras, contração do crescimento e avanço do desemprego.

"Precisamos ser honestos de que a crise e a ascensão do desemprego são uma ocasião para que forças populistas se tornem mais agressivas e ganhem alguns votos", disse Barroso, um político de centro-direita que já foi primeiro-ministro de Portugal, em entrevista exclusiva à Reuters.

"O que não gostamos é do discurso que às vezes está por trás dos slogans antieuropeus, um discurso que está promovendo o que eu chamo de valores negativos, coisas como o nacionalismo estreito, o protecionismo e a xenofobia. Essa é uma preocupação." "Não devemos nos esquecer que na Europa, há não muitas décadas, tivemos fatos muitíssimo preocupantes de xenofobia, racismo e intolerância. Então acho que todo mundo que tem princípios europeus deveria se preocupar com alguns desses movimentos." Barroso não mencionou nominalmente nenhum partido ou movimento. Mas as pesquisas sugerem que partidos de direita com posições agressivas a respeito da imigração poderão ir bem em vários países, incluindo Grã-Bretanha, França e Finlândia.

Na Grã-Bretanha, o Partido da Independência do Reino Unido deve ficar em primeiro ou segundo lugar, a julgar pelas pesquisas atuais. Na França, a direitista Frente Nacional, de Marine le Pen, se distanciou dos dois partidos mais tradicionais e próximos do centro, e virou favorita.

Além disso, há movimentos de extrema esquerda ou de protesto com grande popularidade na Grécia e na Itália, e também partidos com uma pauta única, como o alemão AfD (antieuro), que devem obter representação entre as 760 cadeiras do Parlamento Europeu, única instância de poder do bloco eleita por voto direto.

Analistas dizem que é cedo para fazer previsões de bancadas, mas estimativas mais amplas sugerem que os partidos de protesto e anti-UE ficariam com 20 a 30 por cento dos votos.

"As forças pró-europeias ... precisam assumir a liderança, sem dar a iniciativa a forças extremistas, e explicar de forma racional e razoável o que a Europa traz", disse Barroso.

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Bruxelas - O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, alertou contra a ascensão do nacionalismo, da xenofobia e do racismo até a eleição para o Parlamento Europeu, no ano que vem, quando há a previsão de um bom desempenho dos partidos anti-UE e de protesto.

A vários meses das eleições de 22 a 25 de maio nos 28 países do bloco, as pesquisas sugerem um forte apoio a candidatos de ultraesquerda e ultradireita, refletindo a frustração do eleitorado com a Europa após três anos de turbulências financeiras, contração do crescimento e avanço do desemprego.

"Precisamos ser honestos de que a crise e a ascensão do desemprego são uma ocasião para que forças populistas se tornem mais agressivas e ganhem alguns votos", disse Barroso, um político de centro-direita que já foi primeiro-ministro de Portugal, em entrevista exclusiva à Reuters.

"O que não gostamos é do discurso que às vezes está por trás dos slogans antieuropeus, um discurso que está promovendo o que eu chamo de valores negativos, coisas como o nacionalismo estreito, o protecionismo e a xenofobia. Essa é uma preocupação." "Não devemos nos esquecer que na Europa, há não muitas décadas, tivemos fatos muitíssimo preocupantes de xenofobia, racismo e intolerância. Então acho que todo mundo que tem princípios europeus deveria se preocupar com alguns desses movimentos." Barroso não mencionou nominalmente nenhum partido ou movimento. Mas as pesquisas sugerem que partidos de direita com posições agressivas a respeito da imigração poderão ir bem em vários países, incluindo Grã-Bretanha, França e Finlândia.

Na Grã-Bretanha, o Partido da Independência do Reino Unido deve ficar em primeiro ou segundo lugar, a julgar pelas pesquisas atuais. Na França, a direitista Frente Nacional, de Marine le Pen, se distanciou dos dois partidos mais tradicionais e próximos do centro, e virou favorita.

Além disso, há movimentos de extrema esquerda ou de protesto com grande popularidade na Grécia e na Itália, e também partidos com uma pauta única, como o alemão AfD (antieuro), que devem obter representação entre as 760 cadeiras do Parlamento Europeu, única instância de poder do bloco eleita por voto direto.

Analistas dizem que é cedo para fazer previsões de bancadas, mas estimativas mais amplas sugerem que os partidos de protesto e anti-UE ficariam com 20 a 30 por cento dos votos.

"As forças pró-europeias ... precisam assumir a liderança, sem dar a iniciativa a forças extremistas, e explicar de forma racional e razoável o que a Europa traz", disse Barroso.

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