Exame Logo

Na retomada do diálogo de paz, Israel liberta palestinos

Negociadores israelenses e palestinos se reuniram em Jerusalém para a retomada das negociações de paz após três anos de hiato

Ateya Abu Moussa, que foi libertado por Israel após 20 anos preso, é beijado por seu pai após sua chegada em Khan Younis, ao sul de Gaza (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2013 às 17h56.

Jerusalém - Negociadores israelenses e palestinos se reuniram nesta quarta-feira em Jerusalém em um clima de pouca expectativa depois dos anúncios de que Israel pretende construir mais moradias em territórios ocupados.

A retomada do diálogo, após uma primeira rodada simbólica no mês passado em Washington, encerrando três anos de hiato no processo de paz, ocorreu horas depois de Israel libertar 26 presos palestinos, motivando celebrações durante a noite na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Essa é a primeira vez em quase cinco anos que israelenses e palestinos mantêm uma negociação em Jerusalém, cidade sagrada para ambos os lados, e cuja posse está no coração do conflito.

O clima antes do encontro era de escasso otimismo.

"Israel vai recorrer a dissimulações e evasões e colocará exigências impossíveis a fim de dizer que essas negociações são infrutíferas e para continuar sua política de furtar terras, como fez até agora", disse o funcionário palestino encarregado de comentar as negociações, Yasser Abed Rabbo.

Israel divulgou nos últimos dias planos para construir 3.100 casas para colonos na Cisjordânia, em um gesto condenado pelos Estados Unidos, que mediaram a retomada do processo.

A ministra da Justiça e negociadora israelense, Tzipi Livni, disse em sua página do Facebook antes da reunião: "Hoje, eu vou continuar a importante missão que comecei -- alcançar um acordo de paz que vai manter o país judeu e democrático e garantir a segurança ... para Israel e seus cidadãos." Para evitar polêmicas, os envolvidos decidiram que poucos detalhes serão divulgados sobre o novo processo de paz. O ministro israelense Yaakov Peri disse que há uma "longa e exaustiva jornada" até a paz.

"Tanto para os palestinos quanto para nós, a ampulheta está correndo. Não teremos mais muitas oportunidades para resolver a disputa", disse ele à Rádio do Exército.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, estipulou um prazo de nove meses para encerrar a negociação que leve à criação de um Estado palestino convivendo em paz com Israel.

Libertação de Prisioneiros

Na madrugada desta quarta-feira, Israel libertou 26 palestinos que haviam sido presos entre 1985 e 2001, muitos deles por ataques letais contra israelenses.

A libertação deles --junto à retirada da exigência palestina para que a expansão dos assentamentos fosse cancelada-- contribuiu para a criação de um ambiente propício às negociações.

A libertação foi celebrada por uma multidão nos territórios palestinos, mas criticada por muitos em Israel.

"Acho que este é um dia triste para começar a negociar sobre paz com gente que aceitou homicidas com heróis", disse Erez Goldman, residente israelense em Jerusalém. "Não vejo forma de essas negociações de paz chegarem a lugar algum." (Reportagem adicional de Dan Williams, em Jerusalém; de Noah Browning, Ali Sawafta e Hamouda Hassan, em Ramallah; e de Nidal al-Mughrabi, em Gaza)

Veja também

Jerusalém - Negociadores israelenses e palestinos se reuniram nesta quarta-feira em Jerusalém em um clima de pouca expectativa depois dos anúncios de que Israel pretende construir mais moradias em territórios ocupados.

A retomada do diálogo, após uma primeira rodada simbólica no mês passado em Washington, encerrando três anos de hiato no processo de paz, ocorreu horas depois de Israel libertar 26 presos palestinos, motivando celebrações durante a noite na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Essa é a primeira vez em quase cinco anos que israelenses e palestinos mantêm uma negociação em Jerusalém, cidade sagrada para ambos os lados, e cuja posse está no coração do conflito.

O clima antes do encontro era de escasso otimismo.

"Israel vai recorrer a dissimulações e evasões e colocará exigências impossíveis a fim de dizer que essas negociações são infrutíferas e para continuar sua política de furtar terras, como fez até agora", disse o funcionário palestino encarregado de comentar as negociações, Yasser Abed Rabbo.

Israel divulgou nos últimos dias planos para construir 3.100 casas para colonos na Cisjordânia, em um gesto condenado pelos Estados Unidos, que mediaram a retomada do processo.

A ministra da Justiça e negociadora israelense, Tzipi Livni, disse em sua página do Facebook antes da reunião: "Hoje, eu vou continuar a importante missão que comecei -- alcançar um acordo de paz que vai manter o país judeu e democrático e garantir a segurança ... para Israel e seus cidadãos." Para evitar polêmicas, os envolvidos decidiram que poucos detalhes serão divulgados sobre o novo processo de paz. O ministro israelense Yaakov Peri disse que há uma "longa e exaustiva jornada" até a paz.

"Tanto para os palestinos quanto para nós, a ampulheta está correndo. Não teremos mais muitas oportunidades para resolver a disputa", disse ele à Rádio do Exército.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, estipulou um prazo de nove meses para encerrar a negociação que leve à criação de um Estado palestino convivendo em paz com Israel.

Libertação de Prisioneiros

Na madrugada desta quarta-feira, Israel libertou 26 palestinos que haviam sido presos entre 1985 e 2001, muitos deles por ataques letais contra israelenses.

A libertação deles --junto à retirada da exigência palestina para que a expansão dos assentamentos fosse cancelada-- contribuiu para a criação de um ambiente propício às negociações.

A libertação foi celebrada por uma multidão nos territórios palestinos, mas criticada por muitos em Israel.

"Acho que este é um dia triste para começar a negociar sobre paz com gente que aceitou homicidas com heróis", disse Erez Goldman, residente israelense em Jerusalém. "Não vejo forma de essas negociações de paz chegarem a lugar algum." (Reportagem adicional de Dan Williams, em Jerusalém; de Noah Browning, Ali Sawafta e Hamouda Hassan, em Ramallah; e de Nidal al-Mughrabi, em Gaza)

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseIsraelPalestina

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame