Na maior democracia da África, mulheres retrocedem na política
A Nigéria tinha um dos índices mais baixos do mundo de mulheres no parlamento antes das últimas eleições. Agora, tem menos ainda
Gabriela Ruic
Publicado em 7 de abril de 2019 às 06h00.
Última atualização em 7 de abril de 2019 às 06h00.
Na maior democracia da África, as mulheres estão lutando para ter algum progresso quando se trata de representação política.
A Nigéria , país onde vivem quase 200 milhões de pessoas, tinha um dos índices mais baixos do mundo de mulheres no parlamento antes das eleições gerais em fevereiro e março. Agora, essa representação é ainda mais baixa.
Apenas 11 mulheres foram eleitas para a Câmara dos Deputados, o que representa o menor número desde que a nação na África ocidental derrubou o regime militar em 1999, de acordo com o Nigerian Women’s Trust Fund (NWTF).
Oito se elegeram nas campanhas para o senado, com 109 membros, em comparação com as sete na última eleição em 2015, disse o grupo em defesa das mulheres sediado em Abuja.
Antes das pesquisas mais recentes, a União Interparlamentar disse que 6% dos legisladores da Nigéria eram mulheres, classificando o país na posição 181, no ranking dos 191 países para os quais o grupo sediado em Genebra tinha dados.
Nas eleições de meio de mandato dos EUA em novembro, 102 mulheres foram eleitas na Câmara com 434 vagas, o que representa um número recorde, enquanto 25% do senado é do sexo feminino.
Ruanda tem a maior proporção de parlamentares mulheres do mundo, com aproximadamente 50%. Em 2003, o país ao leste do continente fez progressos depois de estabelecer uma cota para que 30% dos cargos eleitos fossem ocupados por mulheres.