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Eleição na Geórgia vira termômetro da popularidade de Trump

A disputa entre democratas e republicanos de um distrito rico e com altos níveis de educação ajuda a medir o desempenho de Trump

JOHN OSSOFF: com 48% das intenções de voto no primeiro turno, candidato democrata busca ganhar a cadeira na Câmara em um distrito tradicionalmente republicano / Joe Raedle/Getty Images

JOHN OSSOFF: com 48% das intenções de voto no primeiro turno, candidato democrata busca ganhar a cadeira na Câmara em um distrito tradicionalmente republicano / Joe Raedle/Getty Images

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2017 às 08h48.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h44.

“Se é terça-feira nos Estados Unidos, alguma eleição está acontecendo em algum lugar”. A frase do jornalista Chuck Todd pode parecer exagerada, mas reflete bem o país nesta terça-feira. Hoje, os americanos do 6º distrito da Geórgia vão às urnas em eleições especiais para deputado. Diferentemente do Brasil, onde os representantes eleitos têm algum suplente obscuro — como Rodrigo Rocha Loures, o deputado da mala que fora suplente de Osmar Serraglio —, nos Estados Unidos se um parlamentar sai do cargo por motivo de morte ou para ocupar outra posição na administração pública de indicação do presidente, por exemplo, novas eleições são convocadas para o distrito que o elegeu.

Hoje, o democrata John Ossoff enfrenta a republicana Karen Handel no segundo turno de um distrito rico e com altos níveis de educação, que há 30 anos pertence ao partido Republicano. No primeiro turno, Ossoff acumulou 48% dos votos, quase vencendo a eleição. Handel conseguiu 20%, com o restante sendo dividido entre os outros 16 candidatos. As pesquisas mostram uma disputa apertada, mas com Ossoff ligeiramente à frente. Ele começou sua campanha com um forte tom anti-Trump, mas moderou o discurso para conseguir apoio no distrito.

Embora eleições especiais sejam muito comuns na vida americana (o último ano em que uma não foi realizada foi em 2000 e antes disso em 1959), as deste ano estão sendo tratadas de uma maneira especial. Principalmente porque significam um termômetro para o presidente Donald Trump e para o partido Republicano, que podem ter um problema para explicar a perda de um distrito republicano histórico. Com os democratas querendo tomar a maioria da Câmara nas eleições do ano que vem — nos Estados Unidos, um terço do Congresso é trocado a cada 2 anos — a derrota republicana na Geórgia, principalmente se for por ampla margem, seria, portanto, um péssimo indicativo das eleições legislativas de 2018.

Desde a década de 1970, algumas eleições especiais desempenharam papel nacional e esta, a mais cara eleição para um único distrito, com cerca de 60 milhões de dólares investidos, não é diferente. Vencer importa, mesmo que seja uma questão mais de marketing do que efetivamente de controle do Congresso: o partido que vencer poderá usar a vitória como símbolo de triunfo político.

Na tarde da segunda-feira, Trump interviu em favor de sua correligionária. “O oponente de Karen Handel não pode nem votar no distrito que ele quer representar, porque ele não mora lá! Ele quer aumentar taxas e destruir o sistema de saúde. Na terça, vote Karen Handel”, escreveu o presidente em sua conta no Twitter. Nas urnas hoje, há muito mais do que meramente votos.

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