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Mundo vai gastar trilhões com energia, alerta a AIE

Valor será necessário para os investimentos no setor acompanharem a alta da demanda até 2035

"É enorme" comentou o economista da AIE sobre as cifras (Divulgação/Cesp)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2011 às 14h57.

Paris - O mundo precisará gastar a cada ano 1,5 trilhão de dólares - quase a totalidade da dívida da França- para atender ao aumento da demanda de energia até 2035, alertou nesta terça-feira a Agência Internacional de Energia (AIE).

Acumulado até 2035, o valor global alcançará a soma de 38 trilhões de dólares em investimentos, o que significa mais de 27 trilhões de euros e aproximadamente 15% a mais do que a estimativa anterior feita pela agência, braço energético dos países desenvolvidos.

"É enorme", reconheceu o economista chefe da AIE Fatih Birol. "Os gastos de produção aumentam em várias partes do mundo e é cada vez mais difícil extrair energia. É por isso que nossos números aumentam substancialmente", explicou à l'AFP.

"Se não investirmos esse dinheiro, a produção não aumentará para atender às necessidades, e como resultado teremos preços muito superiores aos de hoje", advertiu o economista turco da AIE, submetida à Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Este aumento de preços será sentido já nos próximos cinco anos devido à insuficiente injeção de dinheiro, segundo ele.

Os hidrocarbonetos (petróleo 26% e gás 25%) são os que mais necessitarão de investimentos nos próximos 25 anos. De acordo com a AIE, 10 trilhões de dólares devem ir para o petróleo e 9,5 trilhões para o gás.

A cada ano, os antigos campos de petróleo se esgotam, as companhias buscam locais cada vez mais profundos, tecnicamente mais difíceis de explorar, ou situados em áreas longas como no Brasil, ou em zonas remotas (Ártico...), o que custa muito mais caro.

Para que uma grande parte da humanidade tenha acesso à rede elétrica e com o desenvolvimento econômico, a eletricidade representará 45% das necessidades, com uma projeção 16,9 trilhões, muito à frente do carvão (3%, 1,1 trilhão) e dos biocombustíveis (1%, 300 bilhões).

Mais de 1,3 bilhão de pessoas no mundo ainda não têm acesso à energia elétrica, segundo a AIE. A preocupação maior é com a África e o Oriente Médio.

"Nós veremos esses investimentos tomarem forma em algumas áreas", mas o principal "ponto de interrogação" vem da África e do Oriente Médio, afirma Birol que lamenta a falta de investimento.

A AIE representa os interesses dos países ricos e grandes consumidores de petróleo, e apela regularmente à Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) para aumentar a produção do ouro negro.

Contudo, outros fatores como a pobreza e a violência obrigam os Estados africanos e do Oriente Médio a investir em outras prioridades, disse Birol.

A AIE deve apresentar em novembro seu relatório anual sobre energia.

O crescimento da demanda --e seu impacto sobre o clima-- é um dos grandes desafios do século 21, com a chegada de grandes países como a China, Índia e Brasil no cenário da produção energética mundial.

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Paris - O mundo precisará gastar a cada ano 1,5 trilhão de dólares - quase a totalidade da dívida da França- para atender ao aumento da demanda de energia até 2035, alertou nesta terça-feira a Agência Internacional de Energia (AIE).

Acumulado até 2035, o valor global alcançará a soma de 38 trilhões de dólares em investimentos, o que significa mais de 27 trilhões de euros e aproximadamente 15% a mais do que a estimativa anterior feita pela agência, braço energético dos países desenvolvidos.

"É enorme", reconheceu o economista chefe da AIE Fatih Birol. "Os gastos de produção aumentam em várias partes do mundo e é cada vez mais difícil extrair energia. É por isso que nossos números aumentam substancialmente", explicou à l'AFP.

"Se não investirmos esse dinheiro, a produção não aumentará para atender às necessidades, e como resultado teremos preços muito superiores aos de hoje", advertiu o economista turco da AIE, submetida à Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Este aumento de preços será sentido já nos próximos cinco anos devido à insuficiente injeção de dinheiro, segundo ele.

Os hidrocarbonetos (petróleo 26% e gás 25%) são os que mais necessitarão de investimentos nos próximos 25 anos. De acordo com a AIE, 10 trilhões de dólares devem ir para o petróleo e 9,5 trilhões para o gás.

A cada ano, os antigos campos de petróleo se esgotam, as companhias buscam locais cada vez mais profundos, tecnicamente mais difíceis de explorar, ou situados em áreas longas como no Brasil, ou em zonas remotas (Ártico...), o que custa muito mais caro.

Para que uma grande parte da humanidade tenha acesso à rede elétrica e com o desenvolvimento econômico, a eletricidade representará 45% das necessidades, com uma projeção 16,9 trilhões, muito à frente do carvão (3%, 1,1 trilhão) e dos biocombustíveis (1%, 300 bilhões).

Mais de 1,3 bilhão de pessoas no mundo ainda não têm acesso à energia elétrica, segundo a AIE. A preocupação maior é com a África e o Oriente Médio.

"Nós veremos esses investimentos tomarem forma em algumas áreas", mas o principal "ponto de interrogação" vem da África e do Oriente Médio, afirma Birol que lamenta a falta de investimento.

A AIE representa os interesses dos países ricos e grandes consumidores de petróleo, e apela regularmente à Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) para aumentar a produção do ouro negro.

Contudo, outros fatores como a pobreza e a violência obrigam os Estados africanos e do Oriente Médio a investir em outras prioridades, disse Birol.

A AIE deve apresentar em novembro seu relatório anual sobre energia.

O crescimento da demanda --e seu impacto sobre o clima-- é um dos grandes desafios do século 21, com a chegada de grandes países como a China, Índia e Brasil no cenário da produção energética mundial.

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