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Mundo registra recorde de 2,4 milhões de casos de covid-19 em 24 horas

Apesar da explosão no número de infectados devido à variante Ômicron do novo coronavírus, que é altamente contagiosa, o número de mortes segue em queda

Covid-19: a Ômicron, mais contagiosa, foi responsável pela maioria dos 10,1 milhões de casos contabilizados entre 26 de dezembro e 3 de janeiro (Yuichiro Chino/Getty Images)

Covid-19: a Ômicron, mais contagiosa, foi responsável pela maioria dos 10,1 milhões de casos contabilizados entre 26 de dezembro e 3 de janeiro (Yuichiro Chino/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de janeiro de 2022 às 10h30.

O mundo registrou um recorde de 2,4 milhões de novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, impulsionado pelos Estados Unidos que pela primeira vez desde o início da pandemia tiveram mais de 1 milhão de infectados em apenas um dia (1,08 milhão). Foi também a primeira vez que o mundo registrou mais de 2 milhões de novos casos (o recorde anterior havia sido registrado em 30 de dezembro de 2021, quando foram contabilizados 1,95 milhão). Os dados são do "Our World in Data", projeto ligado à Universidade de Oxford.

Apesar da explosão no número de infectados devido à variante Ômicron do novo coronavírus, que é altamente contagiosa, o número de mortes segue em queda. Com o avanço da vacinação contra a covid-19 pelo mundo, a média de óbitos nos últimos 7 dias caiu abaixo de 6 mil pela primeira vez desde outubro de 2020. O recorde de mortes em 24 horas no mundo segue sendo de 20 de janeiro de 2020: 18.062.

O número de pessoas diagnosticadas com covid-19 nos últimos sete dias quase dobrou em relação à semana anterior, impulsionado pela disseminação da variante Ômicron pelo planeta. Na América do Sul, onde os impactos da cepa começam a ser sentidos, os diagnósticos mais que dobraram.

A Ômicron, mais contagiosa, foi responsável pela maioria dos 10,1 milhões de casos contabilizados entre 26 de dezembro e 3 de janeiro, contra 5,25 milhões na semana entre 19 e 25 de dezembro. O recorde semanal anterior de toda a pandemia, registrado no fim de abril do ano passado, era de 5,79 milhões, quase a metade do número atual.

Essa mudança tem levado médicos a sugerirem uma mudança no critério de avaliação da pandemia: observar hospitalizações em vez de casos.

O infectologista assessor do governo dos EUA, Anthony Fauci, observou no último domingo, 2, que o risco de colapso que a nova variante representa em conjunto com a Delta aos hospitais deve preocupar mais do que os recordes de infecções registrados a cada dia. "À medida que você avança e as infecções se tornam menos graves, é muito mais relevante focar nas hospitalizações em vez do número total de casos", disse.

Sua fala se soma com a de diversos outros especialistas em doenças infecciosas que veem com cautela os "tsunamis" de casos. Na semana passada, uma média de mais de 401.200 casos foram relatados todos os dias nos Estados Unidos, triplicando em relação a duas semanas atrás.

Os Estados Unidos registraram nesta segunda-feira (3) mais de um milhão de casos diários de covid-19 pela primeira vez desde o início da pandemia, conforme dados da plataforma de monitoramento da Universidade Johns Hopkins. O total de 1.083.948 é quase o dobro do recorde anterior de cerca de 590 mil casos estabelecido há apenas quatro dias.

Segundo as autoridades de saúde, atualmente há 103 mil pessoas internadas por conta da doença no país, o maior número em quatro meses.

As hospitalizações ocorrem principalmente entre pessoas não vacinadas. De acordo com os dados mais recentes do Centro de Controle de Doenças, até novembro, as taxas de internações eram oito vezes maiores para adultos não imunizados e cerca de dez vezes maiores para crianças com idades entre 12 e 17 anos que não tomaram as doses contra o coronavírus.

O aumento de casos e internações é impulsionado pela variante Ômicron. Apesar de estudos preliminares apontarem que a nova cepa causa sintomas mais leves, ela se mostra mais transmissível e hospitais já enfrentam desafios para atender a demanda de novos pacientes.

Nesta terça-feira, o presidente Joe Biden e a vice Kamala Harris planejam se reunir com a equipe de enfrentamento ao coronavírus da Casa Branca para discutir um novo plano de ação no país.

Retorno às aulas

O cenário com mais infecções mudou os planos de distritos escolares dos EUA que programavam o retorno dos alunos para as aulas nesta segunda-feira, após as festas de fim de ano. Em alguns Estados, as aulas vão começar de forma remota, outros vão exigir dos estudantes comprovante de vacinação e até teste com resultado negativo para a covid-19.

Milhares de escolas nos EUA adiaram o retorno após as festas de fim de ano, previsto para começar nesta semana, ou optaram pelo ensino remoto.

Mesmo com o aumento de infecções, no entanto, certas regiões decidiram manter os planos de reabertura, como a cidade de Nova York, fortemente impactada pelo atual surto e onde 1 a cada 3 testes realizados ao longo da última semana deram positivo para coronavírus, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 3.

As escolas de Arlington, no Estado de Massachusetts, por exemplo mantiveram o ensino presencial, optando por liberar os alunos mais cedo nesta segunda e terça, além de realizar testes por grupos de funcionários e estudantes.

O governador Charlie Baker, que foi pessoalmente cumprimentar quem chegava à escola Saltonstall, em Salem, viu como um sucesso que a maioria dos estabelecimentos de ensino do Estado estavam abertos para o ensino presencial. "Houve todo o tipo de conversa na última semana sobre como a escola não abriria em Massachusetts hoje", contou, em entrevista coletiva. "As escolas abriram."

O Estado rejeitou pedidos da Associação de Professores de Massachusetts para manter as escolas fechadas nesta segunda para focar na testagem de funcionários. Nas últimas duas semanas, o número de casos aumentou 137% no Estado, segundo levantamento do The New York Times.

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