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Mulá Omar fala do êxito talibã e de negociar com EUA

O líder dos talibãs justifica o início das negociações dizendo que a atitude "não significa absolutamente uma submissão ou o abandono de nossos objetivos"

Mulá Omar (C) durante encontro com suas tropas em Kandahar, em foto de 1996: ele está em fuga desde a queda de seu regime, no fim de 2001
 (AFP)

Mulá Omar (C) durante encontro com suas tropas em Kandahar, em foto de 1996: ele está em fuga desde a queda de seu regime, no fim de 2001 (AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2012 às 10h41.

Cabul - O mulá Omar, líder dos talibãs, comemorou o sucesso da rebelião afegã e confirmou sua disposição em negociar com os Estados Unidos, em uma mensagem publicada nesta sexta-feira pela festa do Eid al Fitr, que marca o fim do jejum do mês do Ramadã.

O chefe dos talibãs, que não costuma ser muito pródigo em mensagens, comemorou os avanços registrados neste ano por suas tropas em sua ofensiva de verão, já que chegaram a todas as regiões do país colocando na defensiva as forças governamentais afegãs e seus aliados da Otan.

O mulá Omar, em fuga desde a queda de seu regime, no fim de 2001, e que, segundo muitas fontes, encontra-se refugiado no vizinho Paquistão, reivindica a onda de ataques mortíferos realizados por soldados e policiais afegãos contra os da Otan, devido, segundo ele, a uma forte infiltração dos talibãs nestas instâncias.

Estes ataques, que se multiplicam há um ano, atingindo a confiança das forças de segurança afegãs e ocidentais, mataram 39 soldados da Otan neste ano.

Em sua mensagem de sete páginas, o mulá Omar justifica o início das negociações com os Estados Unidos e diz que a atitude "não significa absolutamente uma submissão ou o abandono de nossos objetivos", embora lembre que estão suspensas desde o início do ano.

Os rebeldes desejam, sobretudo, a libertação de cinco de seus dirigentes detidos em Guantánamo.

Sinal de que reflete sobre o futuro do Afeganistão, anuncia que os talibãs vão "se esforçar para entrar em acordo com as outras facções afegãs depois da saída dos invasores".

Embora a Isaf, força internacional da Otan, preveja uma retirada do Afeganistão no fim de 2014, os americanos desejam deixar tropas após esta data.

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