Morre bebê de jovem que perdeu nacionalidade britânica por se unir ao EI
Em fevereiro, a família de Begum anunciou que recorreria diante dos tribunais por conta da decisão contra a jovem
EFE
Publicado em 9 de março de 2019 às 09h28.
Londres - A jovem Shamima Begum, que em 2015 viajou para a Síria para se unir ao Estado Islâmico e de quem o governo britânico retirou a nacionalidade quando em fevereiro expressou sua vontade de retornar ao Reino Unido , perdeu seu bebê recém-nascido, revelou o advogado da família, Tasnime Akunjee.
Akunjee lembrou em um tweet postado na noite de sexta-feira que a criança, nascida em 17 de fevereiro em um campo de refugiados no norte da Síria, "era uma cidadã britânica", tal como admitiu o ministro do Interior, Sajid Javid, ao anunciar que retirava a nacionalidade da jovem de 19 anos no mês passado.
A porta-voz de Interior da oposição trabalhista, Diane Abbott, acusou Javid de ter agido de forma "desumana" e ressaltou que "uma criança inocente morreu porque uma mulher britânica teve sua nacionalidade retirada".
Em 22 de fevereiro, a família de Begum anunciou que recorreria diante dos tribunais por conta da decisão contra a jovem, que foi para a Síria com apenas 15 anos, e pediu a Javid que fizesse o possível por trazer o bebê ao país. Não há informações sobre as causas da morte da criança.
O ministro manteve o tempo todo que só poderiam resgatar a criança se a mãe e o filho se deslocassem para um país onde houvesse assistência consular britânica, como a Turquia.
A decisão de Javid de retirar a nacionalidade de Begum, supostamente pensando que também possuía uma de Bangladesh (o que este país negou), causou uma grande polêmica no Reino Unido, e a oposição se referiu ao dever do Estado para uma cidadã que era menor de idade no momento dos fatos.
Begum, que vivia em Bethnal Green, no leste de Londres, viajou para a Síria com duas companheiras de escola - uma das quais morreu no país árabe - com a suposta intenção de se casar com um combatente do EI, após ser captada pela internet.
Na Síria se uniu ao jihadista holandês Yago Riedijk, com quem teve outros dois filhos que também morreram e que há poucos dias solicitou ao Governo da Holanda poder retornar ao país com sua esposa e o terceiro bebê.
No último dia 4, o Executivo holandês advertiu que não iria acolher nenhum dos três. EFE