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Morales pede que Alba boicote ONU após incidente com Maduro

Boliviano vai propor um boicote a Assembleia Geral em protesto pela negativa dos EUA de permitir sobrevoo do avião presidencial venezuelano


	Evo Morales: boliviano expressou sua solidariedade com Maduro "e todo o povo venezuelano"
 (Getty Images)

Evo Morales: boliviano expressou sua solidariedade com Maduro "e todo o povo venezuelano" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2013 às 06h38.

La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, vai propor aos líderes dos países da Alba que não compareçam à Assembleia Geral da ONU, que acontece na próxima semana em Nova York, em protesto pela negativa dos Estados Unidos de permitir o sobrevoo do avião presidencial venezuelano por Porto Rico.

Em entrevista coletiva convocada imediatamente após ter tomado conhecimento da decisão dos EUA, Morales também pediu uma reunião urgente da Celac e adiantou que vai pedir no encontro "a retirada imediata" dos embaixadores americanos nos países que fazem parte desse organismo.

"Pedimos aos presidentes da Celac uma reunião de emergência para tratar seriamente a soberba do governo dos Estados Unidos", afirmou o líder.

Morales expressou sua solidariedade com Maduro "e todo o povo venezuelano", e acusou o governo de Barack Obama de violar quatro tratados internacionais e os direitos "de toda a América Latina" com sua decisão.

O chanceler venezuelano, Elías Jaua, denunciou nesta quinta-feira que os EUA negaram a permissão de sobrevoo por seu território para o avião de Maduro, que deveria atravessar o espaço aéreo desse país, especificamente Porto Rico, para viajar à China neste fim de semana.

"Não se pode permitir que esse governo continue com suas políticas de amedrontamento, soberba e proibição de voo para aviões presidenciais", criticou Morales.

Diante do caso, o governante boliviano anunciou que pedirá uma reunião de emergência da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) para tratar do ocorrido, e que a Bolívia pedirá "a retirada imediata" dos embaixadores americanos dos países que formam esse bloco.


Bolívia e EUA não mantêm relações no nível de embaixadores desde 2008, quando Morales expulsou o então chefe da missão diplomática americana sob a acusação de conspiração contra seu governo, e os Estados Unidos responderam com a retirada do embaixador boliviano.

Além disso, Morales antecipou que vai consultar os presidentes dos países da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) sobre a possibilidade deles não comparecerem à Assembleia Geral da ONU que será realizada na semana que vem em Nova York.

"Nós, os presidentes anticapitalistas e anti-imperialistas, não nos sentimos seguros em território americano", afirmou, e acrescentou que, para a Assembleia Geral da ONU, "ou vamos todos, ou nenhum".

Por esse motivo, também reivindicará que a sede das Nações Unidas seja transferida de Nova York.

Morales também garantiu que seu país vai fazer um requerimento diante de instâncias internacionais "para que Obama e seu governo sejam julgados por crimes de lesa-humanidade".

O fato de não respeitar as normas internacionais transforma o presidente americano, de acordo com Morales, em "um criminoso que atenta contra os direitos humanos".

Morales cumprimentou a decisão de Dilma Rousseff de adiar sua viagem oficial aos Estados Unidos pelas acusações de espionagem por parte do governo americano a empresas e integrantes do governo brasileiro.

"O governo dos EUA está espantando os presidentes e presidentas com suas políticas de amedrontamento", acrescentou.

A recusa dos EUA de permitirem o sobrevoo do avião presidencial venezuelano acontece três meses depois que três países europeus fecharam seus espaços aéreos para a aeronave de Evo Morales pela suspeita de que o ex-técnico da CIA Edward Snowden estivesse a bordo da mesma.

Morales, que retornava de uma conferência sobre energia na Rússia, teve que fazer uma aterrissagem de emergência em Viena e ficou preso nessa cidade por 13 horas à espera de uma nova rota para retornar à Bolívia.

O governo boliviano denunciou então que os vetos de França, Itália e Portugal tinham ocorrido por uma ordem dos Estados Unidos.

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