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Modalidades e precedentes de uma zona de exclusão aérea na Líbia

Medida que poderá ser usada contra as forças de Kadafi já foi aplicada contra Saddam Hussein no Iraque e durante a guerra nos Balcãs

Caça da Força Aérea americana: Otan deve usar suas armas contra a Líbia (U.S. Air Force/Staff Sgt. Bennie J. Davis III/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2011 às 17h30.

Bruxelas - Estabelecer uma zona de exclusão aérea para impedir que os aviões de combate das forças leais a Muamar Kadhafi reprimam os rebeldes é complicado de aplicar, levando-se em consideração as experiências vividas nos Balcãs e no Iraque.

Um esquema de exclusão aérea ("No-fly zone") tem como objetivo proibir os voos em uma zona determinada. As aeronaves que desejam deixar a Líbia deverão pedir autorização antes de decolar.

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Um avião que voe sem permissão, será considerado um avião inimigo e poderá ser derrubado. A defesa anti-aérea, um dos métodos para derrubar aeronaves militares em combate, não pode ser acionada nesta região.

A Otan, por meio de seus países membros, tem uma grande capacidade militar: os aviões de vigilância AWACS para controlar o espaço aéreo e marítimo; aviões de guerra teleguiados para neutralizar os aparatos terra-ar inimigos; os bombardeiros de combate para interceptar aeronaves líbias que violarem a proibição de voo ou destruir as armas terra-ar; e meios de abastecimento de combustível dia e noite.

A Líbia terá dificuldade para enfrentar a Otan, já que possui por volta de 20 caças soviéticos e franceses em operação com pilotos treinados.

Uma das questões a serem debatidas consiste em saber se será necessário, do ponto de vista operacional, destruir as baterias terra-ar líbias.

O plano final depende, em grande medida, do que a organização vai querer controlar na Líbia, um país de cerca de 1,7 milhão de quilômetros quadrados.

Estima-se que 85% da população líbia se concentre em uma faixa de 100 quilômetros para o sul a partir da costa do país.

Precedente iraquiano

As zonas de exclusão aérea no norte e no sul do Iraque foram aprovadas pelos países aliados depois da guerra do Golfo, entre janeiro e fevereiro de 1991.

Estas duas zonas, que incluem mais da metade do território iraquiano, não tiveram uma resolução das Nações Unidas.

A área de exclusão não impediu a repressão aos civis, sobretudo, praticada pela guarda republicana do regime, nem as reiteradas violações da força aérea iraquiana desde o final de 1998.

O caso da Bósnia-Herzegovina

Uma zona de exclusão aérea foi estabelecida por meio de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) em 1992. Após as contínuas violações desta proibição, uma nova autorização da ONU permitiu o uso da força.

No entanto, as medidas não foram suficientes para pôr fim à guerra e foi necessária uma intervenção militar no verão de 1995.

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