Missão da ONU combaterá ebola nos países mais afetados
Secretário-geral Ban Ki-moon disse que irá indicar enviado especial para chefiar Missão de Emergência da ONU para combate ao ebola
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2014 às 15h53.
Nações Unidas - A Organização das Nações Unidas ( ONU ) vai criar uma missão especial para combater o ebola , deslocando efetivos para os países mais afetados pela epidemia do vírus - Libéria, Guiné e Serra Leoa - para promover uma "mobilização rápida e grande" de pessoas, materiais, e recursos financeiros.
Em uma carta direcionada ao Conselho de Segurança da entidade nesta quinta-feira, o secretário-geral Ban Ki-moon disse que irá indicar um enviado especial para chefiar a Missão de Emergência da ONU para o combate ao ebola (UNMEER, na sigla em inglês), cuja base ficará na região.
"As prioridades estratégicas da missão serão conter a escalada da doença, tratar os infectados, providenciar serviços essenciais, preservar a estabilidade e prevenir que o vírus se espalhe para países que não foram afetados", disse Ban na carta de seis páginas obtida pela Reuters.
O Conselho de Segurança composto por 15 membros deve adotar uma resolução ainda na quinta-feira para declarar a epidemia de ebola, que é transmitido pelo contato com fluídos corporais de pessoas infectadas, uma "ameaça à paz e à segurança".
A ação da ONU acontece depois de os Estados Unidos revelarem planos de envio de 3.000 militares e construir 17 centros de tratamento.
A França também anunciou seus planos de instalar um hospital militar, enquanto Cuba, China, Grã-Bretanha e outros países se comprometeram a enviar trabalhadores médicos, centros de saúde e outras formas de apoio.
Pelo menos 2.630 pessoas já morreram na pior epidemia do vírus ebola desde que a doença foi descoberta em 1976, infectando pelo menos 5.357 pessoas na África Ocidental, afirmou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta quinta.
Ban afirmou que a missão da ONU seria focada em algumas ações críticas: identificar e localizar pessoas infectadas com o ebola, cuidar dos infectados e controlar as infecções, garantir enterros seguros e dignos e cuidados médicos para os trabalhadores, segurança alimentar e nutricional e acesso a serviços básicos de saúde.
A missão também concentrará seus esforços em destinar incentivos financeiros para os funcionários de saúde, recuperação e proteção econômica, garantir o fornecimento de materiais e equipamentos, transportes e combustível, mobilização social e comunicação.
"É minha intenção que a missão exista enquanto seja necessário combater a crise", disse Ban.
"Quando a doença do vírus ebola não representar uma grave ameaça às pessoas dos países afetados, a missão terá atingido seu objetivo e será desmontada".