Ministro de Assuntos Regionais da Itália renuncia após desacordos
Nos últimos meses, Enrico Costa mostrou desacordos com algumas medidas, como um projeto de lei para conceder nacionalidade a filhos de imigrantes
EFE
Publicado em 19 de julho de 2017 às 11h45.
Roma - O ministro de Assuntos Regionais italiano , Enrico Costa, apresentou nesta quarta-feira sua demissão por uma "questão de consciência", após manifestar desacordo com algumas medidas da maioria governamental e por preferir aderir a um projeto político liberal.
O primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, aceitou a demissão e assumirá interinamente a pasta, conforme informou a presidência do Conselho de Ministros em comunicado.
"Chegou o momento de trabalhar em um programa político de ampla envergadura que reúna as forças liberais que durante décadas encarnaram as aspirações, os ideais, os valores e os interesses de milhões de italianos que rejeitam o extremismo e a demagogia", afirmou o já ex-ministro na carta de renúncia, divulgada pela imprensa.
Ele lembrou que nos últimos meses mostrou desacordos com algumas medidas, como um projeto de lei dirigido a conceder nacionalidade a filhos de imigrantes residentes na Itália e cuja tramitação ficou de lado - alguns a dão por acabada - pelas tensões que gerou na coalizão de governo.
"Não posso fingir que não vejo a fila daqueles que vislumbram um conflito entre o meu rol (de ministro) e a minha consciência. Como não quer criar problemas para o governo, renuncio ao rol e encontro com a minha consciência", apontou na carta.
Ministro desde janeiro de 2016, Costa foi eleito deputado em 2006 pelo partido Povo da Liberdade, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, mas em novembro de 2013 passou a outra formação, o Novo Centro-direita (NCD), de Angelino Alfano.
O NCD foi o principal apoio dos últimos três governos do Partido Democrata (PD, centro-esquerda), guiados por Enrico Letta, Matteo Renzi e Gentiloni.
A renúncia, que já era comentada nos últimos dias, se produz depois que na noite da terça-feira se reuniram Gentiloni e seu principal parceiro, Alfano, que hoje descartou retomar com Berlusconi e expressou desejo de impulsionar um partido independente de direita e de esquerda.