Primeiro-ministro russo irrita a Ucrânia ao visitar Crimeia
Dmitry Medvedev ostentou o controle da Rússia sobre a Crimeia ao desembarcar na região e anunciar planos para transformá-la em uma zona econômica especial
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 20h55.
Simferopol - O primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, ostentou nesta segunda-feira o controle da Rússia sobre a Crimeia ao desembarcar na região recém-anexada e anunciar planos para transformá-la em uma zona econômica especial, apesar da pressão ocidental para que Moscou devolva a península à Ucrânia, que ficou irritada com a visita.
O novo governo da Ucrânia e o Ocidente acusam o presidente russo, Vladimir Putin, de se apropriar ilegalmente da Crimeia, depois de um referendo em 16 de março.
Mas, em um gesto que poderia aliviar a tensão no pior impasse Leste-Oeste desde a Guerra Fria, a Rússia recuou algumas tropas de perto da fronteira oriental da Ucrânia - um movimento que os Estados Unidos classificaram como um sinal positivo se for confirmado como uma retirada.
Putin disse à chanceler alemã, Angela Merkel, que ele determinou uma retirada parcial da região, segundo o porta-voz dela. No entanto, a visita de Medvedev insultou os líderes ocidentais ao destacar a incapacidade deles de forçar Putin a abandonar a Crimeia.
Acompanhando Medvedev, o vice-primeiro ministro Dmitry Rogozin - que tem sido alvo de sanções ocidentais - não deixou dúvidas sobre o simbolismo da viagem, dizendo no Twitter: "A Crimeia é nossa. Basta." O governo ucraniano denunciou a visita como uma "violação grosseira" das regras da diplomacia, poucas horas após a última rodada de conversações sobre a crise entre a Rússia e os Estados Unidos, que terminou inconclusiva.
Os países ocidentais têm expressado preocupação com o acúmulo das tropas russas na fronteira da Ucrânia. Em Washington, a Casa Branca reagiu com cautela aos movimentos de tropas.
"Vimos os relatos e, se eles forem verdadeiros e se - o mais importante - representarem mais retiradas, isso seria um sinal positivo", disse o porta-voz Jay Carney.
VISITA Logo depois de pousar na principal cidade crimeana, Simferopol, Medvedev fez uma reunião de governo com vários ministros que o acompanhavam, apresentando propostas para estimular a precária economia da região.
"Nosso objetivo é tornar a península atraente para possíveis investidores, para que ela possa gerar renda suficiente para o seu próprio desenvolvimento. Há oportunidades para isso -- levamos tudo em consideração", disse ele na reunião, transmitida pela TV, com bandeiras da Rússia atrás da sua mesa.
"Então decidimos criar uma zona econômica especial aqui. Isso permitirá o uso de regimes tributários e alfandegários especiais na Crimeia, e também minimizará os procedimentos administrativos." Deixando claro que a Rússia não tem a intenção de devolver a Crimeia, Medvedev apresentou medidas para elevar os salários dos 140 mil funcionários públicos, transformar a região em polo turístico, proteger as ligações energéticas da Rússia com a península e melhorar estradas, ferrovias e aeroportos.
A Rússia assumiu o controle da Crimeia -- região com predomínio étnico russo -- depois que uma rebelião popular levou à destituição do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, um político pró-Moscou.
Medvedev chegou a Simferopol horas depois de o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se reunir em Paris com o chanceler russo, Sergei Lavrov, na noite de domingo, reiterando que Washington considera "ilegal e ilegítima" a anexação da Crimeia pela Rússia.
Os EUA e a União Europeia já impuseram sanções a autoridades russas e ameaçam adotar medidas punitivas contra o país.
A absorção da Crimeia e de seus 2 milhões de habitantes cria um ônus adicional para a Rússia, que tem problemas de baixo crescimento econômico, inflação, moeda fraca e uma excepcional fuga de capitais neste ano.
Mas as declarações de Medvedev indicam que o Kremlin espera que a Crimeia se torne rapidamente autossuficiente. O premiê disse ver "perspectivas colossais" para o turismo na península do mar Negro.
Simferopol - O primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, ostentou nesta segunda-feira o controle da Rússia sobre a Crimeia ao desembarcar na região recém-anexada e anunciar planos para transformá-la em uma zona econômica especial, apesar da pressão ocidental para que Moscou devolva a península à Ucrânia, que ficou irritada com a visita.
O novo governo da Ucrânia e o Ocidente acusam o presidente russo, Vladimir Putin, de se apropriar ilegalmente da Crimeia, depois de um referendo em 16 de março.
Mas, em um gesto que poderia aliviar a tensão no pior impasse Leste-Oeste desde a Guerra Fria, a Rússia recuou algumas tropas de perto da fronteira oriental da Ucrânia - um movimento que os Estados Unidos classificaram como um sinal positivo se for confirmado como uma retirada.
Putin disse à chanceler alemã, Angela Merkel, que ele determinou uma retirada parcial da região, segundo o porta-voz dela. No entanto, a visita de Medvedev insultou os líderes ocidentais ao destacar a incapacidade deles de forçar Putin a abandonar a Crimeia.
Acompanhando Medvedev, o vice-primeiro ministro Dmitry Rogozin - que tem sido alvo de sanções ocidentais - não deixou dúvidas sobre o simbolismo da viagem, dizendo no Twitter: "A Crimeia é nossa. Basta." O governo ucraniano denunciou a visita como uma "violação grosseira" das regras da diplomacia, poucas horas após a última rodada de conversações sobre a crise entre a Rússia e os Estados Unidos, que terminou inconclusiva.
Os países ocidentais têm expressado preocupação com o acúmulo das tropas russas na fronteira da Ucrânia. Em Washington, a Casa Branca reagiu com cautela aos movimentos de tropas.
"Vimos os relatos e, se eles forem verdadeiros e se - o mais importante - representarem mais retiradas, isso seria um sinal positivo", disse o porta-voz Jay Carney.
VISITA Logo depois de pousar na principal cidade crimeana, Simferopol, Medvedev fez uma reunião de governo com vários ministros que o acompanhavam, apresentando propostas para estimular a precária economia da região.
"Nosso objetivo é tornar a península atraente para possíveis investidores, para que ela possa gerar renda suficiente para o seu próprio desenvolvimento. Há oportunidades para isso -- levamos tudo em consideração", disse ele na reunião, transmitida pela TV, com bandeiras da Rússia atrás da sua mesa.
"Então decidimos criar uma zona econômica especial aqui. Isso permitirá o uso de regimes tributários e alfandegários especiais na Crimeia, e também minimizará os procedimentos administrativos." Deixando claro que a Rússia não tem a intenção de devolver a Crimeia, Medvedev apresentou medidas para elevar os salários dos 140 mil funcionários públicos, transformar a região em polo turístico, proteger as ligações energéticas da Rússia com a península e melhorar estradas, ferrovias e aeroportos.
A Rússia assumiu o controle da Crimeia -- região com predomínio étnico russo -- depois que uma rebelião popular levou à destituição do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, um político pró-Moscou.
Medvedev chegou a Simferopol horas depois de o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se reunir em Paris com o chanceler russo, Sergei Lavrov, na noite de domingo, reiterando que Washington considera "ilegal e ilegítima" a anexação da Crimeia pela Rússia.
Os EUA e a União Europeia já impuseram sanções a autoridades russas e ameaçam adotar medidas punitivas contra o país.
A absorção da Crimeia e de seus 2 milhões de habitantes cria um ônus adicional para a Rússia, que tem problemas de baixo crescimento econômico, inflação, moeda fraca e uma excepcional fuga de capitais neste ano.
Mas as declarações de Medvedev indicam que o Kremlin espera que a Crimeia se torne rapidamente autossuficiente. O premiê disse ver "perspectivas colossais" para o turismo na península do mar Negro.