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Milhares de imigrantes africanos protestam diante em Israel

Mais de 10.000 imigrantes africanos participaram de uma manifestação diante do Parlamento

Imigrantes africanos durante manifestação em frente ao Knesset, o Parlamento de Israel, em Jerusalém (Baz Ratner/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 17h03.

Jerusalém - Mais de 10.000 imigrantes africanos participaram de uma manifestação diante do Parlamento de Israel nesta quarta-feira, no quarto dia consecutivo de um protesto em que pedem seu reconhecimento como refugiados e liberdade para trabalhar legalmente no país, sem medo de serem presos.

A presença deles em um Estado judeu que recebeu sobreviventes do Holocausto nazista, da Segunda Guerra Mundial, desencadeou um emotivo debate político sobre se deveriam ter permissão ou não de ficar, como um gesto humanitário.

"Quero dizer a eles que não devem ter medo de nós, nós também somos seres humanos", disse à Reuters um homem alto e magro, de 25 anos, natural da Eritreia, que se identificou apenas como Mulugieta.

Cerca de 60.000 imigrantes, na maioria da Eritreia e do Sudão, entraram desde 2006 em Israel, sem autorização, através da fronteira egípcia, antes porosa. Muitos esperam obter asilo e dizem não poder retornar a seu país porque sua vida estaria sob risco.

Israel diz que a maioria entrou ilegalmente e à procura de emprego. O país aprovou há três semanas uma lei permitindo a detenção por tempo indeterminado de imigrantes sem vistos válidos, ao mesmo tempo em que se esforça para convencê-los a partir ou tenta conseguir que outros países os aceitem.

Mulugieta disse ter deixado a Eritreia há seis anos, temendo que suas críticas aos governantes o tivessem deixado em uma situação de perigo.

"Nós pedimos abrigo, nós não merecemos a cadeia", diz uma das muitas faixas em um parque do lado oposto ao Parlamento israelense (Knesset), onde a multidão se manifestava contra a recusa de Israel de lhes conceder status de refugiados. "Ser negro não é um crime", dizia outro cartaz.

Boa parte dos imigrantes vive em bairros pobres de Tel-Aviv, o centro comercial de Israel, e trabalha em serviços de limpeza ou lavando pratos. Eles fizeram uma greve em restaurantes como parte de uma campanha de protesto que incluiu uma grande manifestação no domingo em Tel-Aviv, cidade à beira do Mediterrâneo.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou nesta semana que considera o influxo de africanos - agora estancado por uma cerca construída ao longo da fronteira egípcia - uma ameaça ao tecido social judaico de Israel.

Miri Regev, membro do direitista partido de Netanyahu, o Likud, afirmou que é hora de mandar embora os imigrantes, os quais ela qualificou como "infiltrados".

"Parem de ser tão condescendentes", disse Miri à Rádio Israel, referindo-se aos ativistas israelenses que procuram ajudar os africanos.

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Jerusalém - Mais de 10.000 imigrantes africanos participaram de uma manifestação diante do Parlamento de Israel nesta quarta-feira, no quarto dia consecutivo de um protesto em que pedem seu reconhecimento como refugiados e liberdade para trabalhar legalmente no país, sem medo de serem presos.

A presença deles em um Estado judeu que recebeu sobreviventes do Holocausto nazista, da Segunda Guerra Mundial, desencadeou um emotivo debate político sobre se deveriam ter permissão ou não de ficar, como um gesto humanitário.

"Quero dizer a eles que não devem ter medo de nós, nós também somos seres humanos", disse à Reuters um homem alto e magro, de 25 anos, natural da Eritreia, que se identificou apenas como Mulugieta.

Cerca de 60.000 imigrantes, na maioria da Eritreia e do Sudão, entraram desde 2006 em Israel, sem autorização, através da fronteira egípcia, antes porosa. Muitos esperam obter asilo e dizem não poder retornar a seu país porque sua vida estaria sob risco.

Israel diz que a maioria entrou ilegalmente e à procura de emprego. O país aprovou há três semanas uma lei permitindo a detenção por tempo indeterminado de imigrantes sem vistos válidos, ao mesmo tempo em que se esforça para convencê-los a partir ou tenta conseguir que outros países os aceitem.

Mulugieta disse ter deixado a Eritreia há seis anos, temendo que suas críticas aos governantes o tivessem deixado em uma situação de perigo.

"Nós pedimos abrigo, nós não merecemos a cadeia", diz uma das muitas faixas em um parque do lado oposto ao Parlamento israelense (Knesset), onde a multidão se manifestava contra a recusa de Israel de lhes conceder status de refugiados. "Ser negro não é um crime", dizia outro cartaz.

Boa parte dos imigrantes vive em bairros pobres de Tel-Aviv, o centro comercial de Israel, e trabalha em serviços de limpeza ou lavando pratos. Eles fizeram uma greve em restaurantes como parte de uma campanha de protesto que incluiu uma grande manifestação no domingo em Tel-Aviv, cidade à beira do Mediterrâneo.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou nesta semana que considera o influxo de africanos - agora estancado por uma cerca construída ao longo da fronteira egípcia - uma ameaça ao tecido social judaico de Israel.

Miri Regev, membro do direitista partido de Netanyahu, o Likud, afirmou que é hora de mandar embora os imigrantes, os quais ela qualificou como "infiltrados".

"Parem de ser tão condescendentes", disse Miri à Rádio Israel, referindo-se aos ativistas israelenses que procuram ajudar os africanos.

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