Angela Merkel: em abril, a campanha eleitoral na Alemanha para o referendo sobre os poderes de Erdogan provocou tensão (Jim Bourg/Reuters)
AFP
Publicado em 9 de maio de 2017 às 11h47.
A chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou "categoricamente" a ideia da organização no território da Alemanha de uma eventual campanha para o referendo sobre o retorno da pena de morte na Turquia.
"A pena de morte é algo que rejeitamos categoricamente. Por quê existiria uma autorização quando não somos obrigados? Não o faremos", declarou Merkel à rádio regional WDR.
O governo alemão já havia indicado na sexta-feira que se a Turquia decidir organizar um referendo sobre a pena de morte, a Alemanha não permitiria que a consulta acontecesse em seu território, onde vivem 1,4 milhão de eleitores turcos.
"Politicamente não é concebível que autorizemos tal consulta sobre uma medida em clara oposição a nossa Constituição e nossos valores europeus", disse o porta-voz do governo, Steffen Seibert.
A campanha eleitoral na Alemanha para o referendo de abril que reforçou os poderes do presidente turco provocou tensão entre Ancara e Berlim.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou o governo alemão de práticas nazistas depois que seus ministros foram impedidos de fazer campanha no país.
Após a vitória apertada do 'Sim' no referendo, Erdogan anunciou que estava disposto a organizar uma nova consulta sobre o restabelecimento da pena de morte.