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Merkel pede mudança de tratados para reforçar a UE

Angela Merkel defendeu uma evolução dos tratados para favorecer a integração europeia

A chanceler alemã, Angela Merkel: Merkel manifestou o desejo de que a "Alemanha continue desempenhando um papel responsável e de motor da integração europeia" (John Macdougall/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 12h10.

Berlim - Angela Merkel , eleita oficialmente na terça-feira para o terceiro mandato como chanceler da Alemanha , defendeu nesta quarta-feira uma "evolução" dos tratados para favorecer a integração europeia.

A chanceler, que desde terça-feira lidera uma "grande coalizão" formada pelos conservadores da CDU e da CSU e os social-democratas do SPD, manifestou o desejo de que a "Alemanha continue desempenhando um papel responsável e de motor da integração europeia", em um discurso no Parlamento.

"Estamos entre aqueles que dizem que se as bases jurídicas não são suficientes, devemos evoluir com os tratados", disse.

"Quem deseja mais Europa deve estar disposto a modificar a legislação de certas áreas", disse a chanceler.

A postura é contrária a de Paris, para onde Merkel viajará nesta quarta-feira para uma reunião com o presidente François Hollande, em seu primeiro deslocamento ao exterior no terceiro mandato que, como é habitual, terá a França como destino.

A França é justamente um dos países contrários à mudança dos tratados que definem a arquitetura institucional da União Europeia (UE). Paris defende que os avanços em questões concretas devem acontecer com os tratados existentes.

Para Hollande, questões como a união bancária, que pode ser negociada esta semana, devem ser abordadas sem a alteração dos textos existentes, uma opinião compartilhada por muitos países.


Para modificar os tratados, alguns países da UE são obrigados a pedir a opinião dos cidadãos em um referendo, uma medida que pode resultar em surpresas desagradáveis.

A reunião com Hollande acontecerá na véspera de uma cúpula de chefes de Estado e de Governo da UE, quinta-feira e sexta-feira em Bruxelas.

A França espera que a "grande coalizão" alemã se altere a tendência na política europeia, a favor de mais crescimento econômico e mais solidariedade com os países em crise.

Mas a questão social ficou em segundo plano no discurso da chanceler desta quarta-feira

Apesar de ter ressaltado a necessidade de lutar contra o desemprego dos jovens e de construir uma Europa "socialmente justa", para Merkel a saída da crise passa antes de mais nada que por remediar as causas "que nos levaram a esta situação": indisciplina financeira, fraca competitividade de alguns sócios e o desrespeito às regras europeias".

Merkel quer seguir aplicando as medidas adotadas nos últimos anos.

"O princípio de "solidariedade em troca de reformas" demonstrou ser bom", disse aos deputados, antes de citar os "progressos iniciais" no plano econômico nos países com dificuldades da Eurozona, apesar da "crise não ter sido superada ainda".

Retomando outra ideia que defende, a chanceler citou a proposta de que os governos europeus assumam compromissos vinculantes com a Comissão Europeia sobre a aplicação das reformas, sugerindo inclusive a concessão de ajudas financeiras aos "bons alunos".

"Podemos imaginar que para os países que precisam de recursos financeiros adicionais, encontraremos novos caminhos. Continuaremos discutindo tudo isto em 2014", completou.

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Berlim - Angela Merkel , eleita oficialmente na terça-feira para o terceiro mandato como chanceler da Alemanha , defendeu nesta quarta-feira uma "evolução" dos tratados para favorecer a integração europeia.

A chanceler, que desde terça-feira lidera uma "grande coalizão" formada pelos conservadores da CDU e da CSU e os social-democratas do SPD, manifestou o desejo de que a "Alemanha continue desempenhando um papel responsável e de motor da integração europeia", em um discurso no Parlamento.

"Estamos entre aqueles que dizem que se as bases jurídicas não são suficientes, devemos evoluir com os tratados", disse.

"Quem deseja mais Europa deve estar disposto a modificar a legislação de certas áreas", disse a chanceler.

A postura é contrária a de Paris, para onde Merkel viajará nesta quarta-feira para uma reunião com o presidente François Hollande, em seu primeiro deslocamento ao exterior no terceiro mandato que, como é habitual, terá a França como destino.

A França é justamente um dos países contrários à mudança dos tratados que definem a arquitetura institucional da União Europeia (UE). Paris defende que os avanços em questões concretas devem acontecer com os tratados existentes.

Para Hollande, questões como a união bancária, que pode ser negociada esta semana, devem ser abordadas sem a alteração dos textos existentes, uma opinião compartilhada por muitos países.


Para modificar os tratados, alguns países da UE são obrigados a pedir a opinião dos cidadãos em um referendo, uma medida que pode resultar em surpresas desagradáveis.

A reunião com Hollande acontecerá na véspera de uma cúpula de chefes de Estado e de Governo da UE, quinta-feira e sexta-feira em Bruxelas.

A França espera que a "grande coalizão" alemã se altere a tendência na política europeia, a favor de mais crescimento econômico e mais solidariedade com os países em crise.

Mas a questão social ficou em segundo plano no discurso da chanceler desta quarta-feira

Apesar de ter ressaltado a necessidade de lutar contra o desemprego dos jovens e de construir uma Europa "socialmente justa", para Merkel a saída da crise passa antes de mais nada que por remediar as causas "que nos levaram a esta situação": indisciplina financeira, fraca competitividade de alguns sócios e o desrespeito às regras europeias".

Merkel quer seguir aplicando as medidas adotadas nos últimos anos.

"O princípio de "solidariedade em troca de reformas" demonstrou ser bom", disse aos deputados, antes de citar os "progressos iniciais" no plano econômico nos países com dificuldades da Eurozona, apesar da "crise não ter sido superada ainda".

Retomando outra ideia que defende, a chanceler citou a proposta de que os governos europeus assumam compromissos vinculantes com a Comissão Europeia sobre a aplicação das reformas, sugerindo inclusive a concessão de ajudas financeiras aos "bons alunos".

"Podemos imaginar que para os países que precisam de recursos financeiros adicionais, encontraremos novos caminhos. Continuaremos discutindo tudo isto em 2014", completou.

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