May diz que eleição antecipada irá fortalecê-la para o Brexit
Primeira-ministra surpreendeu aliados e opositores na terça-feira ao pedir a antecipação de um eleição geral que só deveria acontecer em 2020
Reuters
Publicado em 19 de abril de 2017 às 09h15.
Londres - A primeira-ministra britânica, Theresa May , disse nesta quarta-feira que uma eleição antecipada irá fortalecê-la no "ponto mais crucial" das conversas sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, enquanto o Parlamento se preparava para decidir se aprova uma votação dentro de sete semanas.
May surpreendeu aliados e opositores na terça-feira ao pedir a antecipação de um eleição geral que só deveria acontecer em 2020.
A ex-ministra do Interior, que se tornou premiê quando seu antecessor, David Cameron, renunciou na esteira do referendo do chamado Brexit no ano passado, disse que precisa fortalecer sua posição nas negociações, que irão reformular o Reino Unido e testar a coesão da UE.
"Tomei esta decisão porque acredito genuinamente no interesse nacional", disse a prêmie à rádio BBC. "Se vocês olharem o cronograma, caso a eleição fosse realizada em 2020 estaríamos nos aproximando da parte mais crucial das negociações, do final das negociações, do que estaria começando a ser a véspera de uma eleição geral".
Acredita-se que ela irá obter o apoio necessário de mais de dois terços do Parlamento na votação sobre a eleição antecipada, marcada para esta quarta-feira.
May conta com uma grande vantagem sobre a principal força da oposição, o Partido Trabalhista, nas pesquisas de opinião, e até agora a economia britânica vem desafiando as previsões de uma desaceleração, o que lhe proporciona uma base sólida para convocar uma eleição que alguns parlamentares chamaram de "oportunista".
Especialistas preveem que o governista Partido Conservador irá conseguir obter cerca de 100 cadeiras no pleito de 8 de junho, que deve aumentar o apoio a seu plano para o Brexit - uma perspectiva que fortaleceu a libra esterlina.
May notificou a UE formalmente sobre a intenção de seu país deixar o bloco em 29 de março, iniciando um período de negociação de dois anos para acertar os termos da separação e um novo relacionamento comercial, e disse ter confiança em firmar um acordo neste período.