May antecipa eleição no Reino Unido para início de junho
Em uma inesperada declaração, a premiê britânica comunicou sua decisão de não esperar até 2020
EFE
Publicado em 18 de abril de 2017 às 07h26.
Última atualização em 18 de abril de 2017 às 08h41.
Londres - A primeira-ministra do Reino Unido , a conservadora Theresa May, anunciou nesta terça-feira que decidiu convocar eleições gerais no próximo dia 8 de junho.
Em uma inesperada declaração em sua residência oficial em Downing Street, Theresa May comunicou sua decisão de não esperar até 2020, o ano previsto para as próximas eleições.
A primeira-ministra admitiu que chegou a essa conclusão para que o Reino Unido possa contar com uma liderança estável relacionada com as negociações sobre a saída do país da União Europeia (UE).
"Cheguei à conclusão de que a única maneira de garantir certeza e segurança nos próximos anos é com a convocação de eleições", explicou May, que há semanas tinha descartado antecipar as eleições.
May acrescentou que, enquanto o país está se "unindo" depois do "Brexit", as divisões continuam em Westminster, sede do Parlamento britânico, algo que pode pôr em risco - explicou - o sucesso das negociações sobre a saída do país da UE.
Em sua declaração, a primeira ministra disse que o Laborismo de Jeremy Corbyn ameaçou a votação contra o acordo final ao qual o Reino Unido chegar com o bloco europeu, enquanto que os independentistas escoceses do SNP se opõem - disse - ao trabalho que o Governo está fazendo sobre o "Brexit".
A primeira-ministra sublinhou que não está disposta a permitir que os políticos da oposição prejudiquem as negociações sobre o "Brexit" após ter sido invocado em 29 de março.
"Neste momento de enorme significado nacional, deveria haver unidade aqui em Westminster, mas há por outro lado divisão. O país está unindo, mas Westminster não ", acrescentou.
Para poder convocar estas eleições, a primeira-ministra tem previsto apresentar amanhã no Parlamento uma moção que lhe autorize a realizar eleições antes de 2020.
A líder "tory" acrescentou que não está disposta a pôr em perigo "a segurança de milhões de trabalhadores em todo o país porque o que estão fazendo (os políticos da oposição) é prejudicar o trabalho que temos que preparar para o 'Brexit' no país e debilitar a posição negociadora do Governo na Europa".
Os conservadores de May têm uma importante vantagem frente aos trabalhistas nas últimas sondagens sobre intenção de voto.
Em 29 de março, a chefa do Governo invocou o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, com o qual iniciou as negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
No referendo europeu realizado em 23 de junho, os britânicos votaram por sair do bloco europeu.