Mais um jurista venezuelano pede "proteção" à embaixada do Chile
A chegada de Luis Marcano aumenta o número de pessoas "refugiadas" na sede diplomática para seis
EFE
Publicado em 4 de agosto de 2017 às 06h30.
Santiago do Chile - O ministro das Relações Exteriores do Chile , Arauto Muñoz, confirmou nesta quinta-feira que mais um magistrado designado pelo parlamento para integrar a Suprema Corte da Venezuela entrou na residência do embaixador chileno em Caracas solicitando "proteção", o que eleva o número de pessoas "refugiadas" na sede diplomática para seis.
O chanceler chileno escreveu no Twitter que o advogado Luis Marcano "entrou na residência em Caracas solicitando proteção do Chile e que, com ele, já são seis pessoas refugiadas na embaixada".
Um comunicado do Ministério de Relações Exteriores do Chile detalhou que Luis Marcano Salazar, designado como magistrado pela Assembleia Nacional da Venezuela (AN, parlamento), que é controlada pela oposição, também ingressou nesta quinta-feira na residência do embaixador do Chile em Caracas "em busca de proteção, sendo-lhe concedida a qualidade de hóspede".
O texto indica que "Marcano Salazar solicitou a proteção do Chile fundamentada em circunstâncias políticas conhecidas. O governo do Chile agirá nesta matéria de acordo com os princípios jurídicos e humanitários que inspiram sua política externa".
No interior da residência diplomática chilena se encontram Zuleima del Valle González, um dos 33 indicados pelo parlamento para integrar o Tribunal Supremo de Justiça venezuelano.
Também se encontram em qualidade de "hóspedes" os magistrados Beatriz Ruiz Marín, José Fernando Núñez Sifontes e Elenis del Valle Rodríguez. Todos eles entraram nos últimos dias na residência diplomática.
Uma sexta pessoa, o dirigente nacional do partido social-cristão da Venezuela, Roberto Enríquez, se encontra desde em abril nessa mesma situação.
Em julho, a oposição venezuelana aprovou as designações de novos magistrados para o Supremo, semanas depois que a procuradora-geral Luisa Ortega tentou impugnar sem sucesso as nomeações dos 33 juízes que ocupam atualmente as cadeiras da corte, por supostas irregularidades no processo de eleição.
Os juízes em exercício foram designados pelo parlamento quando este era de maioria chavista, num processo relâmpago concluído em poucos dias, logo após a vitória da oposição nas eleições legislativas de 2015.
Após a escolha dos 33 juízes pelo parlamento controlado pela oposição, o Supremo advertiu aos recém-indicados que estavam incorrendo em "crime de traição à pátria" contemplado pela Justiça Militar e pediu "medidas de coerção" contra todos os que participaram dos supostos delitos.