Mais de 90% dos manuscritos de Timbuktu foram salvos
"Uma grande parte foi salva. Realmente, creio que mais de 90%", afirmou Shamil Jeppie, diretor do projeto de conservação dos manuscritos de Timbuktu
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 17h34.
Johanesburgo - A maior parte dos manuscritos e livros antigos conservados em Timbuktu foram guardados em um local seguro antes da chegada dos invasores islamitas àquela cidade, declarou à AFP o chefe de coleções da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul.
"Uma grande parte foi salva. Realmente, creio que mais de 90%", afirmou Shamil Jeppie, diretor do projeto de conservação dos manuscritos de Timbuktu da Universidade do Cabo (UCT).
Segundo ele, os conservadores começaram a transferir os documentos para Bamaco nos primeiros meses da insurreição islamita no norte do Mali .
"Foram levados para a capital e alguns foram escondidos na cidade", afirmou.
Estes manuscritos representam um verdadeiro tesouro cultural que remonta à época em que a mítica cidade era a capital intelectual e espiritual do Islã na África dos séculos XV e XVI.
Alguns dos documentos são inclusive mais antigos, datando do século XII ou da era pré-islâmica.
Redigidos principalmente em fulani e em árabe, os manuscritos tratam de astronomia, música, botânica, farmácia, direito, história e inclusive política. Os suportes são vários: pergaminho, papel do Oriente, pele de ovelha e inclusive omoplatas de camelo.
As testemunhas interrogadas esta terça-feira em Timbuktu informaram que os islamitas que fugiam da cidade, incendiaram na semana passada todos os manuscritos que puderam encontrar. A cidade foi logo reconquistada pelas tropas francesas e malinenses.
Na realidade, um só dos edifícios do Instituto de Altos Estudos e de Investigação Islâmica Ahmed Baba com manuscritos dentro foi saqueado, segundo especialistas interrogados pela AFP.
"Está o antigo edifício e o novo. O novo foi construído pelos sul-africanos" e inaugurado em 2009 e "todos os manuscritos não foram levados a este novo edifício", situado a um quilômetro do antigo, afirmou de Dacar o especialista malinense Ben Esayuti El Bukhari, contactado por telefone.
O novo edifício abrigava apenas "os manuscritos classificados e digitalizados, que estavam expostos". Este foi o edifício incendiado pelos islamitas.
Ainda não se determinou a quantidade exata de manuscritos incendiados. Mas o ministério da Cultura malinense confirmou que o antigo edifício está intacto.
O prefeito de Timbuktu, Halley Ousmane, refugiado em Bamaco, tinha evocado no momento "um verdadeiro crime cultural".
Uma fonte malinense contactada por telefone e que pediu para manter a identidade preservada calculou em 15.000 a quantidade de documentos encontrados no edifício devastado.
Além dos manuscritos, os islamitas destruíram célebres mausoléus de santos muçulmanos nesta cidade. Segundo um jornalista local, os grupos armados teriam destruído uma dezena de mausoléus.
A maioria destes mausoléus está de fato situado dentro das propriedades importantes de famílias locais que não revelaram sua existência durante os dez meses de ocupação da cidade pelos islamitas.
Johanesburgo - A maior parte dos manuscritos e livros antigos conservados em Timbuktu foram guardados em um local seguro antes da chegada dos invasores islamitas àquela cidade, declarou à AFP o chefe de coleções da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul.
"Uma grande parte foi salva. Realmente, creio que mais de 90%", afirmou Shamil Jeppie, diretor do projeto de conservação dos manuscritos de Timbuktu da Universidade do Cabo (UCT).
Segundo ele, os conservadores começaram a transferir os documentos para Bamaco nos primeiros meses da insurreição islamita no norte do Mali .
"Foram levados para a capital e alguns foram escondidos na cidade", afirmou.
Estes manuscritos representam um verdadeiro tesouro cultural que remonta à época em que a mítica cidade era a capital intelectual e espiritual do Islã na África dos séculos XV e XVI.
Alguns dos documentos são inclusive mais antigos, datando do século XII ou da era pré-islâmica.
Redigidos principalmente em fulani e em árabe, os manuscritos tratam de astronomia, música, botânica, farmácia, direito, história e inclusive política. Os suportes são vários: pergaminho, papel do Oriente, pele de ovelha e inclusive omoplatas de camelo.
As testemunhas interrogadas esta terça-feira em Timbuktu informaram que os islamitas que fugiam da cidade, incendiaram na semana passada todos os manuscritos que puderam encontrar. A cidade foi logo reconquistada pelas tropas francesas e malinenses.
Na realidade, um só dos edifícios do Instituto de Altos Estudos e de Investigação Islâmica Ahmed Baba com manuscritos dentro foi saqueado, segundo especialistas interrogados pela AFP.
"Está o antigo edifício e o novo. O novo foi construído pelos sul-africanos" e inaugurado em 2009 e "todos os manuscritos não foram levados a este novo edifício", situado a um quilômetro do antigo, afirmou de Dacar o especialista malinense Ben Esayuti El Bukhari, contactado por telefone.
O novo edifício abrigava apenas "os manuscritos classificados e digitalizados, que estavam expostos". Este foi o edifício incendiado pelos islamitas.
Ainda não se determinou a quantidade exata de manuscritos incendiados. Mas o ministério da Cultura malinense confirmou que o antigo edifício está intacto.
O prefeito de Timbuktu, Halley Ousmane, refugiado em Bamaco, tinha evocado no momento "um verdadeiro crime cultural".
Uma fonte malinense contactada por telefone e que pediu para manter a identidade preservada calculou em 15.000 a quantidade de documentos encontrados no edifício devastado.
Além dos manuscritos, os islamitas destruíram célebres mausoléus de santos muçulmanos nesta cidade. Segundo um jornalista local, os grupos armados teriam destruído uma dezena de mausoléus.
A maioria destes mausoléus está de fato situado dentro das propriedades importantes de famílias locais que não revelaram sua existência durante os dez meses de ocupação da cidade pelos islamitas.