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Mais de 50 mi no mundo foram forçados a deixar suas casas

Metade do número são crianças, muitas envolvidas em conflitos e em perseguições que as potênciais mundiais foram incapazes de prevenir ou encerrar


	Família de refugiados sírios: número representa um aumento de 6 milhões em relação ao ano anterior
 (Bulent Kilic/AFP/AFP)

Família de refugiados sírios: número representa um aumento de 6 milhões em relação ao ano anterior (Bulent Kilic/AFP/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2014 às 10h36.

Genebra - Mais de 50 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas em todo o mundo no ano passado, o maior número desde a Segunda Guerra Mundial, à medida que fugiam de crises da Síria ao Sudão do Sul, disse a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (Acnur) nesta sexta-feira.

Metade é formada por crianças, muitas delas envolvidas no meio dos conflitos e em perseguições que as potênciais mundiais foram incapazes de prevenir ou encerrar, disse o Acnur em seu relatório anual de tendências globais. “Estamos realmente enfrentando um salto quântico, um enorme aumento de deslocamento forçado em nosso mundo”, disse o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, em uma coletiva de imprensa.

O número total de 51,2 milhões de pessoas desalojadas representa um aumento de 6 milhões em relação ao ano anterior. Eles incluem 16,7 milhões de refugiados e 33,3 milhões de deslocados em seus próprios países, e 1,2 milhão de pessoas que pedem asilo, com pedidos ainda pendentes.

Sírios fugindo dos conflitos de seu país responderam pela maioria dos 2,5 milhões de novos refugiados no ano passado, disse o Acnur. No geral, quase 3 milhões de sírios cruzaram a fronteira para dentro do Líbano, Turquia, Iraque e Jordânia, enquanto outros 6,5 milhões permanecem deslocados dentro das fronteiras da Síria.

“Estamos vendo aqui os imensos custos de não encerrar a guerra, ou fracassar em resolver ou prevenir conflitos”, disse Guterres. “Vemos o Conselho de Segurança paralisado em muitas crises cruciais no mundo.” Conflitos que emergiram neste ano na República Centro-Africana, Ucrânia e Iraque estão retirando mais famílias de suas casas, disse ele, aumentado o medo de um êxodo em massa de refugiados iraquianos.

“Uma multiplicação de novas crises, e ao mesmo tempo velhas crises que nunca parecem morrer”, acrescentou. Cidadãos afegãos, sírios e somalis responderam por 53 por cento dos 11,7 milhões de refugiados sob responsabilidade do Acnur. Cinco milhões de palestinos são cuidados pela agência da ONU, a UNRWA.

A maioria dos refugiados encontrou abrigo em países em desenvolvimento, contrariando o mito divulgado por alguns políticos populistas no Ocidente de que seus Estados estavam sendo inundados por essas pessoas deslocadas, disse Guterres.

“Geralmente no debate no mundo desenvolvido há essa ideia de que os refugiados estão todos fugindo para o norte e que o objetivo não é exatamente encontrar proteção, mas sim uma melhor vida”, afirmou. “A verdade é que 86 por cento dos refugiados do mundo vivem no mundo em desenvolvimento”.

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