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Maduro aceita manter diálogo na Venezuela mas sem 'bravatas'

A declaração foi dada às vésperas da 2ª reunião de conversas bilaterais, prevista para esta sexta com o objetivo de analisar os avanços de 4 mesas temáticas

Maduro: "Eu faço todo o possível e o impossível para que tenha diálogo de paz com a direita e estou disposto a continuar, mas sem ultimato, sem bravatas" (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
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AFP

Publicado em 11 de novembro de 2016 às 21h54.

O presidente da Venezuela , Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira (11) que está disposto a manter o diálogo com a oposição para resolver a crise política, mas "sem bravatas", ou ultimatos.

"Eu faço todo o possível e o impossível para que tenha diálogo de paz com a direita e estou disposto a continuar, mas sem ultimato, sem bravatas", afirmou o presidente em seu programa de rádio "La hora de la salsa".

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A declaração foi dada às vésperas da segunda reunião da mesa de conversas bilaterais, prevista para esta sexta com o objetivo de analisar os avanços de quatro mesas temáticas.

O diálogo entre o governo e a coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) foi instalado em 30 de outubro passado com o acompanhamento do Vaticano e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

A MUD insiste em um referendo revogatório contra Maduro - suspenso em outubro -, mas coloca como alternativa eleições gerais no primeiro trimestre de 2017.

Maduro reiterou, porém, que a agenda eleitoral já está definida, dando a entender que não pode haver modificações.

"Em alguns meses, temos eleição de governadores. Vamos nos preparar para ganhá-las", afirmou.

"Queremos que esta seja uma mesa de diálogo vitoriosa (...), que possamos navegar as águas do que resta do ano 2016, os anos 2017 e 2018. Naveguemos em paz", exortou Maduro.

Na mesma linha, o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, descartou uma antecipação das eleições presidenciais.

"Não há referendo, nem há eleições gerais. Aqui o que tem é revolução, felicidade e tranquilidade para nosso povo", assegurou nesta sexta, diante de milhares de partidários em Mérida (oeste).

Outro ponto colocado pela MUD é a libertação do que consideram "presos políticos", mas Cabello rejeitou que o diálogo se transforme em uma "lei de anistia".

"A direita venezuelana não pode transformar o diálogo em uma lei de anistia para que os assassinos saiam", afirmou.

A oposição exigiu resultados concretos do diálogo para esta sexta, sob a ameaça de se retirar da mesa e de retomar sua ofensiva contra Maduro.

Entre as medidas contra o governo, está prevista uma passeata até o Palácio presidencial de Miraflores, programada para 3 de novembro, mas que foi cancelada por causa da retomada das discussões.

Diante disso, Cabello garantiu que o chavismo está preparado para conter uma mobilização da oposição até Miraflores.

"Se vocês querem nos ver na rua, provoquem este povo", desafiou.

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