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Líderes do G20 iniciam discussões sobre regulação financeira

A França, que sedia o evento, acredita que a discussão deve abordar medidas aplicadas por cada país para fortalecer a transparência do sistema financeiro

Os líderes do G20 num momento de descontração após tirarem a foto oficial do encontro: as reuniões terminarão nesta sexta-feira com a divulgação de um relatório 
 (Lionel Bonaventure/AFP)

Os líderes do G20 num momento de descontração após tirarem a foto oficial do encontro: as reuniões terminarão nesta sexta-feira com a divulgação de um relatório (Lionel Bonaventure/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2011 às 08h29.

Cannes - Os líderes do G20 (grupo das 19 maiores economias mundiais mais a União Europeia) iniciaram nesta sexta-feira o segundo e último dia de sua cúpula em Cannes, na França, dedicado à regulação financeira.

O país-sede do evento, que ocupa a presidência rotativa do G20, acredita que a discussão deve abordar medidas aplicadas por cada país para fortalecer a transparência do sistema financeiro e comprovar que, efetivamente, os compromissos adotados serão cumpridos.

Também estão na pauta de debates os paraísos fiscais e um avanço jurídico para sua regulamentação e controle. Segundo os dados do G20 sobre a luta contra os paraísos fiscais, nos últimos dois anos foram arrecadados 14 bilhões de euros de evasão de divisas em 20 países.

Quanto aos grandes bancos, a presidência francesa quer que o G20 identifique aqueles que, caso quebrem, coloquem em risco a estabilidade financeira, com o objetivo de que em 2016 os recursos de cada uma dessas entidades seja reforçado de acordo com seu tamanho e influência.

Quanto à ideia de criar uma taxa para as transações financeiras, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou na quinta-feira a constituição de um grupo de trabalho para debater o tema, e citou as divergências entre os países do G20.

'Não há consenso, e alguns países estão totalmente contra', disse Sarkozy em entrevista coletiva na qual lembrou que a França aposta na regulação porque é 'tecnicamente possível' e 'moralmente correta'.


Segundo Sarkozy, as presidentes de Brasil e Argentina, Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, declararam-se 'abertas' à criação de uma taxa.

As reuniões do G20 continuam nesta sexta-feira com discussões sobre agricultura, energia e clima, e luta contra a corrupção, e terminarão com a divulgação de um relatório e uma entrevista coletiva de Sarkozy às 11h15 (de Brasília).

A jornada de quinta-feira terminou com um jantar de trabalho e uma reunião do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com os chefes de Estado e de Governo dos países da zona do euro presentes na reunião em Cannes (Alemanha, França, Itália e Espanha).

Segundo fontes do governo espanhol, os líderes dos países que utilizam o euro explicaram a Obama as iniciativas adotadas na cúpula realizada em Bruxelas na semana passada.

No encontro, que durou cerca de uma hora, os representantes da zona do euro explicaram ao presidente americano os diferentes quadros que poderão ocorrer na Grécia devido à crise política e econômica do país. 

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