Líderes da China e Japão se reúnem em cúpula da Apec após novo lançamento norte-coreano
Kishida expressou preocupação com "as atividades militares da China, incluindo lançamentos de mísseis balísticos" de seu território no Mar da China Oriental
AFP
Publicado em 17 de novembro de 2022 às 18h20.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, expressou "sérias preocupações" sobre questões de segurança regional ao presidente chinês, Xi Jinping, nesta quinta-feira (17), entre elas, a da Coreia do Norte, durante o fórum da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) em Bangcoc.
Xi Jinping reuniu-se durante 40 minutos, segundo a imprensa japonesa, com Fumio Kishida, no primeiro encontro presencial com um líder do governo japonês desde Shinzo Abe em 2019.
Kishida expressou preocupação com "as atividades militares da China, incluindo lançamentos de mísseis balísticos" de seu território no Mar da China Oriental, disse ele a jornalistas.
A atividade marítima chinesa em torno das Ilhas Senkaku, administradas por Tóquio, mas reivindicadas por Pequim, continua sendo uma questão espinhosa entre os dois países.
Em agosto, vários mísseis chineses disparados durante exercícios militares em torno de Taiwan atingiram a zona econômica exclusiva do Japão.
O premiê japonês destacou "a importância da paz e da estabilidade no estreito de Taiwan" e assegurou que ambos os líderes "concordaram em fortalecer a comunicação no campo da segurança".
Da guerra na Ucrânia aos mísseis norte-coreanos, as questões de segurança dominarão a cúpula da Apec, que reúne 21 países de ambos os lados do Oceano Pacífico a partir de sexta-feira.
O encontro entre Kishida e Xi aconteceu horas depois que a Coreia do Norte lançou um novo míssil balístico, em um sinal da resposta "feroz" que Pyongyang prometeu à aliança militar Washington-Seul-Tóquio.
"Sobre a Coreia do Norte, expressei nossa expectativa de que a China desempenhe um papel, inclusive no Conselho de Segurança da ONU", disse o primeiro-ministro japonês.
"Não é quintal de ninguém"
China e Japão, segunda e terceira maiores economias do mundo, respectivamente, são parceiros comerciais importantes, mas seu relacionamento se deteriorou nos últimos anos devido às ambições de Pequim na Ásia-Pacífico.
Xi, em sua primeira viagem ao exterior desde a pandemia de covid-19, chegou a Bangcoc vindo de Bali, na Indonésia, onde participou do G20.
"Mais do que tudo, nós, chineses, esperamos ver paz e estabilidade", disse o presidente chinês em declarações escritas em uma conferência de líderes econômicos da Apec.
A "região da Ásia-Pacífico não é quintal de ninguém e não deve se tornar um campo de batalha para as grandes potências", insistiu. "Nenhuma tentativa de iniciar uma nova Guerra Fria será permitida."
Os Estados Unidos, que sediarão a próxima cúpula da Apec em 2023, serão representados em Bangcoc pela vice-presidente Kamala Harris, já que o presidente Joe Biden está em Washington para o casamento de sua neta.
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