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Líderes buscam acordos para combater extremismo islâmico

A Assembleia Geral da ONU começou com pedidos de união dos líderes mundiais para lutar contra o extremismo islâmico e opiniões divididas sobre Bashar al-Assad

Presidente Dilma Rousseff durante discurso na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York (Mike Segar/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2015 às 21h49.

A Assembleia Geral da ONU começou nesta segunda-feira com pedidos de união dos líderes mundiais para lutar contra o extremismo islâmico e opiniões divididas sobre a legitimidade do regime de Bashar al-Assad na Síria.

Com a participação de 39 chefes de Estado e de governo, a primeira jornada do debate foi aberta por um discurso do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no qual deixou claro qual é a principal preocupação internacional: a guerra na Síria.

Mas Ban também expressou suas próprias frustrações pelo fato de as Nações Unidas terem sido incapazes de resolver a crise devido às divisões no Conselho de Segurança da ONU e ao direito ao veto exercido por alguns países-membros.

"Quatro anos de paralisia diplomática no Conselho de Segurança e outras partes permitiram que a crise se descontrolasse. É a hora de os países-chave da região darem um passo adiante", disse Ban.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em um dos discursos mais longos do primeiro dia dos debates que se estenderão até sábado, chamou Assad de "tirano", mas disse estar disposto a aceitar uma resposta coletiva à crise.

"Os EUA estão preparados para trabalhar com todos os países, incluindo Rússia e Irã, para solucionar o conflito", afirmou Obama, deixando claro, no entanto, que é necessária uma transição na Síria "com um novo líder e um governo inclusivo".

O presidente da França, François Hollande, apoiou Obama ao afirmar que Assad é "a origem do problema e não pode ser a solução". Além disso, criticou os que querem incluí-lo nos esforços para resolver os problemas no país.

Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que retornava à Assembleia Geral da ONU após dez anos de ausência, concordou que deve haver uma resposta coletiva frente à expansão do extremismo islâmico na Síria e no Iraque, mas reiterou seu apoio a Assad.

Para o líder russo, a comunidade internacional deve unir esforços para criar uma "ampla coalizão internacional" para combater o avanço do terrorismo, em um esforço inspirado na luta contra Hitler.

Mas para Putin, Assad deve ser sim parte da solução, já que, afirmou, as forças armadas sírias e as milícias curdas são as únicas que estão lutando de fato contra o Estado Islâmico (EI), devendo contar com o apoio internacional.

"Acredito que é um enorme erro negar cooperação com o governo sírio e suas Forças Armadas, que tão valentemente estão combatendo o terrorismo", afirmou Putin, reiterando seu respaldo ao governo "legítimo" de Assad.

Para Putin, o conflito na Síria surgiu devido à instabilidade que dominou o Oriente Médio durante a chamada "Primavera Árabe" em 2011, quando os problemas que já estavam acumulados há muitos anos serviram como um estopim para as pessoas que desejavam mudanças.

"Em vez do triunfo da democracia e do progresso, conseguimos violência, pobreza, desastre social. E ninguém se preocupa pelos direitos humanos, incluindo o direito à vida", afirmou Putin.

Outro dos principais aliados do regime sírio, o Irã, defendeu a necessidade de instaurar a democracia na Síria pelo voto popular, não pelas armas, conforme o presidente do país, Hassan Rohani.

Rohani, porém, disse que a guerra vivida pela Síria, assim como as do Iraque e do Iêmen, surgiu, entre outras razões, pelas "ações incorretas" de novos atores na região e por um "passado de invasões dos EUA".

A crise síria foi abordada por outros líderes que discursaram na primeira rodada dos debates na ONU, incluindo o presidente de Cuba, Raúl Castro, que se alinhou aos que pensam que os próprios sírios têm a solução para o problema.

"Renovamos nossa confiança de que o povo sírio é capaz de resolver por si mesmo suas diferenças e demandamos o fim imediato de ingerência externa", disse Castro, que fez seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU.

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A Assembleia Geral da ONU começou nesta segunda-feira com pedidos de união dos líderes mundiais para lutar contra o extremismo islâmico e opiniões divididas sobre a legitimidade do regime de Bashar al-Assad na Síria.

Com a participação de 39 chefes de Estado e de governo, a primeira jornada do debate foi aberta por um discurso do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no qual deixou claro qual é a principal preocupação internacional: a guerra na Síria.

Mas Ban também expressou suas próprias frustrações pelo fato de as Nações Unidas terem sido incapazes de resolver a crise devido às divisões no Conselho de Segurança da ONU e ao direito ao veto exercido por alguns países-membros.

"Quatro anos de paralisia diplomática no Conselho de Segurança e outras partes permitiram que a crise se descontrolasse. É a hora de os países-chave da região darem um passo adiante", disse Ban.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em um dos discursos mais longos do primeiro dia dos debates que se estenderão até sábado, chamou Assad de "tirano", mas disse estar disposto a aceitar uma resposta coletiva à crise.

"Os EUA estão preparados para trabalhar com todos os países, incluindo Rússia e Irã, para solucionar o conflito", afirmou Obama, deixando claro, no entanto, que é necessária uma transição na Síria "com um novo líder e um governo inclusivo".

O presidente da França, François Hollande, apoiou Obama ao afirmar que Assad é "a origem do problema e não pode ser a solução". Além disso, criticou os que querem incluí-lo nos esforços para resolver os problemas no país.

Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que retornava à Assembleia Geral da ONU após dez anos de ausência, concordou que deve haver uma resposta coletiva frente à expansão do extremismo islâmico na Síria e no Iraque, mas reiterou seu apoio a Assad.

Para o líder russo, a comunidade internacional deve unir esforços para criar uma "ampla coalizão internacional" para combater o avanço do terrorismo, em um esforço inspirado na luta contra Hitler.

Mas para Putin, Assad deve ser sim parte da solução, já que, afirmou, as forças armadas sírias e as milícias curdas são as únicas que estão lutando de fato contra o Estado Islâmico (EI), devendo contar com o apoio internacional.

"Acredito que é um enorme erro negar cooperação com o governo sírio e suas Forças Armadas, que tão valentemente estão combatendo o terrorismo", afirmou Putin, reiterando seu respaldo ao governo "legítimo" de Assad.

Para Putin, o conflito na Síria surgiu devido à instabilidade que dominou o Oriente Médio durante a chamada "Primavera Árabe" em 2011, quando os problemas que já estavam acumulados há muitos anos serviram como um estopim para as pessoas que desejavam mudanças.

"Em vez do triunfo da democracia e do progresso, conseguimos violência, pobreza, desastre social. E ninguém se preocupa pelos direitos humanos, incluindo o direito à vida", afirmou Putin.

Outro dos principais aliados do regime sírio, o Irã, defendeu a necessidade de instaurar a democracia na Síria pelo voto popular, não pelas armas, conforme o presidente do país, Hassan Rohani.

Rohani, porém, disse que a guerra vivida pela Síria, assim como as do Iraque e do Iêmen, surgiu, entre outras razões, pelas "ações incorretas" de novos atores na região e por um "passado de invasões dos EUA".

A crise síria foi abordada por outros líderes que discursaram na primeira rodada dos debates na ONU, incluindo o presidente de Cuba, Raúl Castro, que se alinhou aos que pensam que os próprios sírios têm a solução para o problema.

"Renovamos nossa confiança de que o povo sírio é capaz de resolver por si mesmo suas diferenças e demandamos o fim imediato de ingerência externa", disse Castro, que fez seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU.

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