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Lideranças globais voltam a debater guerra síria, iniciada há oito anos

Terceira conferência “Apoiando o Futuro da Síria e da Região” começa nesta terça-feira e tratará do futuro de mais de 5,6 milhões de refugiados

Síria: guerra civil assola o país há 8 anos (Omar Sanadiki/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2019 às 06h31.

Última atualização em 12 de março de 2019 às 09h49.

Na semana em que a guerra síria completa oito anos, lideranças globais se reúnem mais uma vez para discutir o conflito, que já causou mais de 560 mil mortes. Organizada pela União Europeia (UE) em parceria com as Organizações das Nações Unidas (ONU), a terceira conferência “Apoiando o Futuro da Síria e da Região” começa nesta terça-feira, 12, em Bruxelas, na Bélgica, e se encerra na quinta-feira, 14.

Os principais pontos de tensão do debate devem ser levantados pelos países vizinhos à Síria, como Turquia, Líbano e Jordânia, responsáveis pelo acolhimento de mais de 5,6 milhões de refugiados. Parte da opinião pública desses países deseja que os sírios voltem para sua terra, e cerca de dois terços dos refugiados também desejam retornar.

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O presidente libanês, Michel Aoun, chegou a dizer que “ajuda internacional deveria ser dada para encorajar os sírios a voltarem para casa”, pois o fornecimento de auxílios no Líbano estava incentivando os refugiados a ficarem e competirem com os trabalhadores locais.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) está engajado no processo de ajudar os sírios que decidirem retornar ao país de origem, mas não é uma tarefa simples. As equipes da ONU os ajudam a organizar a documentação necessária — certidões de nascimento, certificados de escolaridade — e indicam os pontos estabelecidos na fronteira para o retorno.

No entanto, alguns grupos sírios expressaram descontentamento diante do posicionamento da Acnur e das lideranças políticas exteriores. O Centro para Sociedade Civil e Democracia da Síria publicou uma declaração em que condena a prática de incentivar o retorno dos sírios deslocados, alegando que a atitude que fere as leis humanitárias e a convenção de 1951 que definiu a condição de refugiado. “Um refugiado não deveria ser levado a um país onde ele enfrenta sérias ameaças a sua vida ou liberdade”, afirma o texto.

Por outro lado, as principais potências europeias, como Alemanha, França e Reino Unido estão alinhadas quanto ao posicionamento de não permitir que a UE forneça fundos de reconstrução para a Síria enquanto o líder Bashar al-Assad não aceitar um acordo político. Ajuda financeira e política aos vizinhos Líbano, Jordânia, Iraque e Egito, contudo, devem continuar a acontecer.

Iniciando agora o seu nono ano, o conflito em si não tem um final claro em vista. Em dezembro, o presidente americano, Donald Trump, anunciou o início da retirada de tropas americanas do país por considerar derrotado o grupo terrorista Estado Islâmico. Da atenção total ao esquecimento internacional: eis um dos riscos do futuro sírio a ser debatido esta semana.

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