Mundo

Líder do Partido Liberal Democrata renuncia no Reino Unido

Tim Farron disse que "permanecer fiel a Cristo" era incompatível com a liderança da sigla, após vários questionamentos sobre sua fé

Tim Farron: Farron disse que seguirá na liderança até o recesso do verão local (Jack Taylor/Getty Images)

Tim Farron: Farron disse que seguirá na liderança até o recesso do verão local (Jack Taylor/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de junho de 2017 às 19h26.

São Paulo - O líder do Partido Liberal Democrata, Tim Farron, renunciou ao posto nesta quarta-feira, de acordo com a imprensa do Reino Unido.

Em comunicado, Farron disse que "permanecer fiel a Cristo" era incompatível com a liderança da sigla, após vários questionamentos sobre sua fé.

Durante a eleição geral recente no país, Farron foi várias vezes questionado por suas crenças pessoais em temas como a homossexualidade.

O jornal The Guardian informa que diversas lideranças da sigla o visitaram nos últimos dias para tentar convencê-lo a deixar o posto, embora ele relutasse inicialmente.

Farron diz na nota que desde que assumiu a questão da fé dele tem sido questionada. Segundo ele, mostrou-se impossível ser um líder político - "especialmente em um partido progressista, liberal em 2017" - e manter sua crença nos ensinamentos da Bíblia.

Ele foi várias vezes questionado na campanha sobre se acreditava que o sexo entre homossexuais era um pecado.

Farron disse que seguirá na liderança até o recesso do verão local, quando deve haver uma eleição interna para a liderança.

O Partido Liberal Democrata elevou sua bancada na Câmara dos Comuns de 9 para 12 membros, após fazer da reversão do processo de saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit, o principal ponto de sua campanha.

De acordo com o jornal The Independent, Farron admitiu que algumas de suas declarações sobre casamento gay poderiam ter sido mais inteligentes. Ao ser questionado sobre se homossexualidade é pecado, ele respondeu anteriormente: "Nós somos todos pecadores."

Farron disse que a questão de sua fé distraía os eleitores da mensagem do partido, que desejava capitalizar o sentimento contrário ao Brexit no país.

A rede britânica BBC diz que entre os possíveis sucessores de Farron no comando do partido estão os ex-ministros Vince Cable, Jo Swinson, Sir Ed Davey e Norman Lamb.

Acompanhe tudo sobre:EuropaPartidos políticosPolíticaReino Unido

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal