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Lições do coronavírus: África do Sul defende isolamento social para porcos

China se tornou epicentro de vírus mortal para os suínos, que agora se espalha para outros continentes; governos adotam medidas para conter a doença

Vírus mata porcos em uma semana (Paulo Whitaker/Reuters)

Vírus mata porcos em uma semana (Paulo Whitaker/Reuters)

CA

Carla Aranha

Publicado em 1 de junho de 2020 às 17h20.

Última atualização em 1 de junho de 2020 às 17h43.

Doença mortal para porcos, que morrem em uma semana com uma hemorrogia interna devastadora, a febre suína africana vem dizimando suínos e javalis desde que a doença começou a se espalhar pelo mundo, em 2018. A China é considerada o epicentro da peste, que atinge somente os suínos, com mais de 440 milhões de porcos mortos nos úlltimos dois anos. Não demorou para que a doença passasse a atingir outros continentes.

Na Europa, há focos na Grécia e na Bulgária, que lutam para combater a doença. Na África do Sul, a febre suína chegou à região da Cidade do Cabo, onde há várias propriedades rurais.

Preocupado, o governo da África do Sul resolveu recomendar que os fazendeiros adotem o distanciamento social dos porcos. A doença, provocada por um vírus, é altamente contagiosa. O microrgarnismo pode sobreviver indefinitamente em solas de sapato, roupas, superfícies de metal e até em carcaças de animais mortos.

O vírus, da família Asfarviridae, causa uma febre alta nos suinos, seguida por uma hemorragia que invarialmente leva à morte. Ele não atinge os seres humanos.

Ainda não há uma vacina ou tratamento para a doença. Para não perder o seu rebanho, o Ministério de Agricultura da África do Sul decidiu orientar os fazendeiros a manter os filhotes de porcos em quarentena até que se comprove que eles não foram infectados.  Outra recomendação é desinfetar constantemente os estábulos.

O problema é sério. Depois de chegar à China, onde a criação de porcos em geral é feita em pequenas propriedades rurais no interior do país, a doença começou a se propagar para outros países. Já chegou ao leste europeu, o que levou a Alemanha a erguer uma cerca eletrificada na fronteira com a Polônia, onde há vários casos da doença.

O vírus foi detectado pela primeira vez na África, há cem anos. Por muito tempo, ficou restrito a algumas regiões do continente, sem causar muitos estragos. Com o aumento do comércio e das interações entre a China e a África a doença chegou aos rebanhos chineses. Os criadores chineses já perderam 440 milhões de suínos para a peste.

Como o vírus se dissemina facilmente, com um poder de contágio maior do que o coronavírus, não demorou para que alcançasse a Europa. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a peste suína africana, como a doença é conhecida, já atingiu 25% da população total de suínos no mundo.

Startups de Hong Kong e de outros países fortemente impactados pela doença estão buscando uma vacina para o vírus. Até lá, a solução deverá ser manter os animais isolados e evitar o máximo possível o contato com humanos.

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