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Líbia continua investigações de ataque ao consulado

Hamedan afirmou que detalhes da investigação, que começou na quarta-feira, logo após os fatos, não foram revelados em função disso


	J. Christopher Stevens: as reações internacionais se multiplicam paralelamente aos protestos em frente a outras embaixadas americanas
 (Mandel Ngan/AFP)

J. Christopher Stevens: as reações internacionais se multiplicam paralelamente aos protestos em frente a outras embaixadas americanas (Mandel Ngan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 18h31.

Trípoli - O porta-voz do Parlamento líbio, Omar Hamedan, disse nesta quinta-feira à Agência Efe que as investigações sobre o ataque ao consulado dos EUA em Benghazi, que terminou com o embaixador americano e três funcionários mortos, estão sendo realizadas com discrição para evitar que seu andamento seja prejudicado.

Hamedan afirmou que detalhes da investigação, que começou na quarta-feira, logo após os fatos, não foram revelados em função disso.

Na madrugada deste dia, um grupo de homens invadiu o consulado dos EUA em Benghazi, a segunda maior cidade do país, e ateou fogo no local. A ação foi um protesto contra um filme produzido nos Estados Unidos considerado ofensivo pelos muçulmanos. Neste ataque, o embaixador Christopher Stevens e um funcionário morreram.

Posteriormente, homens armados assaltaram um grupo de funcionários americanos que foram para Benghazi para evacuar o pessoal da embaixada. Neste segundo ataque, outros dois americanos morreram e 12 ficaram feridos.

O primeiro-ministro líbio interino, Abderrahim al Keib, disse que não seriam revelados detalhes do ocorrido até que as investigações fossem encerradas.

Segundo revelou a Casa Branca em comunicado, o presidente do Parlamento líbio, Mohammed al Magriaf, comprometeu-se a colaborar na investigação com os Estados Unidos, que segundo os meios de comunicação americanos consideram que o ataque pode ter sido planejado.

Os únicos detalhes oficiais divulgados até o momento foram revelados na quarta-feira pelo vice-ministro de Interior da Líbia, Wanis al Sharf.

O político reconheceu que a situação escapou do controle das forças de segurança, incapazes de conter num primeiro momento os manifestantes, e em seguida os ataques aos funcionários da legação.


As três hipóteses levantadas até o momento, mas que não foram esmiuçadas, apontam para uma ação de vândalos que atuaram no calor do protesto, de simpatizantes do antigo regime de Muammar Kadafi ou de um grupo de radicais islâmicos.

As reações internacionais se multiplicam paralelamente aos protestos em frente a outras embaixadas americanas. Na Líbia, a máxima autoridade religiosa condenou hoje tanto as ofensas contra o islã como a agressão ao consulado.

Em comunicado, o instituto Dar al Iftaa condenou veementemente "que se provoque os sentimentos dos muçulmanos com filmes, imagens ou textos que ofendam o profeta Maomé ou a qualquer outro profeta".

Na nota, a instituição demonstrou sua condenação ao ataque ao consulado de Benghazi e qualificou a ação de "irresponsável" e contrária aos interesses supremos da nação".

No comunicado também se condena qualquer ataque de grupos armados ilegais. "O que ocorreu no consulado é uma grande ofensa ao Islã e que incita seus inimigos contra ele", afirmou a instituição, para quem o ataque não foi uma surpresa, já que o país e Benghazi viveram recentemente uma onda de violência.

A instituição se refere ainda, embora sem levantar nenhuma acusação, aos grupos salafistas armados que nos últimos meses destruíram mausoléus e tumbas por considerá-los ofensivos aos princípios do islamismo mais ortodoxo. 

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