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Libéria teme guerras civis na região devido ebola

Governo advertiu que países podem entrar novamente em guerra civil diante da lentidão da resposta à epidemia de ebola

Centro de tratamento do ebola aberto em Monróvia, Libéria (Zoom Dosso/AFP)

Centro de tratamento do ebola aberto em Monróvia, Libéria (Zoom Dosso/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 12h29.

Monróvia - O governo da Libéria advertiu que tanto seu país quanto Serra Leoa e Guiné podem entrar novamente em guerra civil diante da lentidão da resposta à epidemia de ebola, que já deixou mais de 2.800 mortos na África.

"Os hospitais lutam, mas os hotéis também, assim como as empresas. Se isso continuar, os preços vão subir. A população está agitada", afirmou na segunda-feira à AFP o ministro da Informação, Lewis Brown, em Monróvia.

"O mundo não pode esperar que Libéria, Serra Leoa e Guiné afundem novamente na guerra que pode resultar desta lentidão na resposta" contra o vírus, disse o ministro.

O ministro da Defesa, Brownie Samukai, afirmou no dia 9 de setembro ante o Conselho de Segurança da ONU que a existência da Libéria é ameaçada pelo vírus.

As guerras civis deixaram 250.000 mortos na Libéria entre 1989 e 2003. O país é fronteiriço com Serra Leoa, que também viveu uma disputa bélica de 1991 a 2001, e com a Guiné.

Na Libéria, "nem todos contrairão o vírus, mas todos sofrem os efeitos devido às restrições que impusemos" para evitar a propagação, declarou o ministro Brown.

O vírus do ebola tem repercussões não apenas na saúde pública, mas também políticas, estimou.

Segundo ele, o governo liberiano precisa de até 1.000 leitos em dez centros do país.

"Mas não temos a capacidade e os recursos para isso. Isso mina a confiança da população na luta e como governo não podemos nos permitir a perda de confiança de nosso povo", disse, pedindo "ajuda à comunidade internacional".

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