Liberdade na internet: os países mais censurados e os mais livres em 2024
Relatório "Freedom on the Net" revela que a liberdade digital é amplamente influenciada por sistemas políticos e práticas governamentais, destacando países como China e Islândia nos extremos do espectro
Estagiária de jornalismo
Publicado em 16 de dezembro de 2024 às 19h45.
A liberdade na internet muda dramaticamente ao redor do mundo, refletindo as diferenças entre governos autoritários e democracias.
Segundo o relatório "Freedom on the Net", da organização Freedom House, países como China, Azerbaijão e Bielorrússia estão entre os mais censurados digitalmente. Por outro lado, Islândia, Canadá e Costa Rica lideram os índices de maior liberdade online, destacando-se também no ranking de felicidade mundial, segundo o World Happiness Report de 2024, patrocinado pela ONU.
Como funciona a censura nas redes?
A censura nas redes sociais é uma prática comum em contextos autoritários, onde governos buscam controlar narrativas públicas e restringir conteúdos sensíveis. Nos países mais censurados, o controle vai desde o bloqueio de plataformas até o monitoramento avançado de atividades online.
China, por exemplo, opera o "Grande Firewall", bloqueando plataformas como Google, Facebook e Twitter. Já no Azerbaijão e no Bahrein, há repressão direta a opositores, além de forte vigilância digital.
Em contraste, nações como Islândia e Estônia promovem políticas de privacidade e neutralidade na rede. Islândia, a líder global, garante proteção a jornalistas e internautas com leis robustas, enquanto a Estônia trata o acesso à internet como um direito básico.
Quais são os métodos de censura digital?
- Bloqueio e remoção de conteúdo: proibição de publicações ou plataformas inteiras, especialmente conteúdos críticos aos governos.
- Monitoramento de atividades online: vigilância de mensagens privadas e rastreamento de localização.
- Manipulação de algoritmos: ajuste de visibilidade em feeds para favorecer narrativas governamentais.
Ranking dos países mais censurados
A tabela a seguir apresenta os países mais censurados, de acordo com suas pontuações no relatório:
País | Pontuação |
---|---|
Azerbaijão | 34 |
Bahrein | 28 |
Bielorrússia | 22 |
China | 9 |
Cuba | 20 |
Egito | 28 |
Etiópia | 27 |
Irã | 12 |
Iraque | 40 |
Cazaquistão | 34 |
Líbia | 43 |
Myanmar | 9 |
Paquistão | 27 |
Rússia | 20 |
Ruanda | 36 |
Arábia Saudita | 25 |
Sudão | 28 |
Tailândia | 39 |
Turquia | 31 |
Emirados Árabes Unidos | 30 |
Uzbequistão | 27 |
Venezuela | 30 |
Vietnã | 22 |
Onde está o Brasil no ranking?
O Brasil foi classificado como “parcialmente livre”, com uma pontuação de 65. Embora tenha apresentado uma leve melhoria em relação a relatórios anteriores, ainda enfrenta desafios persistentes. Após as eleições de 2022 e os eventos em Brasília em janeiro de 2023, o cenário regulatório tornou-se mais complexo.
Entre as principais questões destacadas estão:
- Processos de difamação e ameaças a usuários.
- Esforços estagnados para regulamentar plataformas digitais.
- Intervenções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições municipais de 2024.
Esses fatores refletem a necessidade de equilíbrio entre segurança e liberdade de expressão no ambiente digital brasileiro.
Os países mais livres
Abaixo estão os países com maior liberdade digital, destacando os líderes globais:
País | Pontuação |
---|---|
Islândia | 94 |
Estônia | 92 |
Canadá | 86 |
Costa Rica | 85 |
Países Baixos | 83 |
Japão | 78 |
Reino Unido | 78 |
Alemanha | 77 |
Estados Unidos | 76 |
França | 76 |
Itália | 75 |
África do Sul | 74 |
Taiwan | 79 |
Sérvia | 70 |