Lavrov nega que Rússia tentará influenciar nas eleições alemãs
Afirmação se relaciona a uma advertência da inteligência alemã sobre possíveis ciberataques de governos estrangeiros
EFE
Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 10h54.
Hamburgo - O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, tachou nesta sexta-feira de "sem sentido" e "bobagem" as acusações de que a Rússia vai tentar influenciar nas próximas eleições gerais alemãs.
Lavrov fez estas declarações em um comparecimento perante os veículos de imprensa no marco do conselho anual da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), ao ser interrogado sobre sua opinião a respeito de uma advertência da inteligência alemã sobre possíveis ciberataques de governos estrangeiros.
"Pelo o que sei, a chanceler (Angela) Merkel já adotou uma postura a este respeito e qualificou isto de sem sentido e bobagem. Não tenho nada a acrescentar", disse.
Lavrov se referia a declarações de ontem do presidente do Escritório Federal para a Proteção da Constituição (BfV) alemão, Hans-Georg Maassen, que afirmou que teme uma profusão de "agressivos" ciberataques contra partidos políticos e especialmente contra membros do governo na campanha para as eleições gerais, previstas para setembro de 2017.
"Constatamos uma crescente atividade da espionagem cibernética. Vemos um possível perigo para os membros do governo, os deputados do parlamento e os colaboradores das forças democráticas", afirmou Maassen.
Já nos meses passados foi detectado um "aumento drástico" destes movimentos contra partidos políticos e grupos parlamentares da Bundestag (câmara baixa), comparáveis, segundo Maassen, aos que a espionagem americana observou nesse país contra a campanha da candidata democrata Hillary Clinton.
O BfV atribui estas atividades aos hackers denominados Apt 28, supostamente vinculados à Rússia.
Merkel se referiu em algumas ocasiões à possibilidade de que nas eleições parlamentares de setembro possam ocorrer tentativas de influência desde o exterior do país como as que surgiram nas presidenciais nos EUA.
A chefe do governo alemão falou da possibilidade de ataques cibernéticos, de campanhas de desinformação e propaganda e da divulgação de notícias falsas nas semanas prévias às eleições.