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Lama tóxica chega ao Danúbio e ameaça seis países

Rio é o segundo mais longo do continente, com cerca de 2.850 km de extensão

Lama tóxica na Húngria: a previsão é que o país demore mais de um ano e gaste dezenas de milhões de dólares para reveter os danos e limpar as zonas afetadas. (.)

Lama tóxica na Húngria: a previsão é que o país demore mais de um ano e gaste dezenas de milhões de dólares para reveter os danos e limpar as zonas afetadas. (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

São Paulo - A maior catástrofe ambiental da história da Hungria ameaça, agora, outros seis países da Europa. Nesta quinta-feira, a lama tóxica que vazou de uma indústria de alumínio no início da semana chegou ao Rio Danúbio - o segundo mais longo do continente, com cerca de 2.850 quilômetros de extensão e que banha Croácia, Sérvia, Romênia, Bulgária, Ucrânia e Moldávia.

Calcula-se que cerca de 1 milhão de metros cúbicos de barro tenha se espalhado após o acidente. A população está em alerta e deve evitar o contato com as águas fluviais por onde os resíduos tóxicos se espalham, podendo provocar reações alérgicas e até levar à morte, se ingeridos. Contudo, a porta-voz do Escritório de Catástrofes, Gyorgyi Tuttos, ressalva que o risco de contaminação foi reduzido porque a concentração de metais pesados no lodo está menor.

O pH da água dos rios por onde a lama vermelha se espalha já caiu de 13 - considerado incompatível com a vida - para perto de 9 - ainda alto, mas mais próximo de 8, índice já considerado normal. Segundo Tuttos, isso ocorreu porque o barro composto por materiais corrosivos acabou se diluindo à medida que avançava. 

Por isso, a análise feita na confluência do Rio Raab com o Danúbio não aponta a morte de nenhum peixe ou danos maiores à vida marinha. O Danúbio foi atingido poucas horas depois de a lama chegar ao Rio Mosoni, seu afluente cuja principal bacia fica a cerca de 20 quilômetros do ponto do vazamento.

Tragédia - Já a situação do Rio Marcal, na Hungria, é muito mais grave. Diretamente atingido pelo vazamento, ele teve todo o ecossistema destruído. "O nível de alcalinidade muito elevado matou tudo", declarou o diretor regional da unidade de desastres, Tibor Dobson. "Todos os peixes morreram e a vegetação também não pode ser salva", completou.

Segundo o primeiro-ministro, Viktor Orban, algumas áreas terão de ser isoladas para que possam ser recuperadas, mas certos pontos por onde o barro tóxico passou é "impossível viver".

A catástrofe ambiental começou na segunda-feira, quando o depósito de uma fábrica de alumínio que fica na cidade de Ajka, 165 quilômetros a oeste da capital Budapeste, rompeu-se e os resíduos se espalharam com uma lama vermelha por pelo menos sete cidades.

Quatro pessoas morreram, após serem arrastadas pelo lodo, e 166 ficaram feridas - três ainda estão desaparecidas. No dia seguinte, a Hungria declarou estado de emergência nas três áreas mais atingidas. A previsão é que o país demore mais de um ano e gaste dezenas de milhões de dólares para reveter os danos e limpar as zonas afetadas. O governo ainda investiga as causas do acidente.

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