Kremlin afirma que extensão de sanções da UE "não muda nada"
As sanções contra a Rússia foram inicialmente impostas em 2014, após a anexação da Crimeia, e vêm sendo renovadas e ampliadas regularmente
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Agência de Notícias
Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 09h37.
O Kremlin declarou nesta terça-feira (28) que a decisão da União Europeia (UE) de estender as sanções contra a Rússia , como represália à guerra na Ucrânia, "não muda nada" no cenário atual.
"Não há nada de novo. A UE continua aplicando sanções, mas isso é uma faca de dois gumes", afirmou o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, em um pronunciamento à imprensa. Ele acrescentou que as sanções prejudicam os próprios europeus e reiterou que o governo russo considera as medidas "restrições ilegais que contradizem o direito internacional".
Sanções renovadas após consenso na UE
Na segunda-feira (27), os ministros das Relações Exteriores da União Europeia concordaram em estender as sanções contra a Rússia, superando as reservas apresentadas pela Hungria. A decisão exigia unanimidade entre os 27 países do bloco e era essencial para manter as restrições, que estavam programadas para expirar em 31 de janeiro.
As sanções contra a Rússia foram inicialmente impostas em 2014, após a anexação da Crimeia, e vêm sendo renovadas e ampliadas regularmente. Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a UE intensificou as medidas, aplicando restrições que incluem:
- Sanções contra personalidades e empresas russas;
- Medidas setoriais específicas, como restrições comerciais e financeiras.
Próximo pacote de sanções
A União Europeia já está trabalhando no que será seu 16º pacote de sanções, com previsão de implementação até o 24 de fevereiro, quando o conflito entre Rússia e Ucrânia completará três anos. As novas medidas devem incluir sanções adicionais contra setores estratégicos da economia russa e restrições mais rígidas contra exportações.
O Kremlin mantém uma postura desafiadora diante das sanções, enfatizando que as restrições têm afetado os próprios países europeus. Segundo Peskov, "cada vez mais pessoas entendem" que as sanções prejudicam a economia da UE, especialmente em setores como energia e agricultura, que enfrentaram grandes impactos ao longo do conflito.
Enquanto a Rússia critica a legalidade e a eficácia das sanções, a União Europeia continua a buscar formas de pressionar Moscou por meio de medidas econômicas e políticas, mantendo a unidade dentro do bloco.