Kramatorsk, no centro da Ucrânia, conta seus mortos
O ataque à Praça da Paz, no centro de Kramatorsk, deixou uma cratera de dois metros e destruiu as janelas dos prédios próximos
AFP
Publicado em 16 de julho de 2022 às 13h10.
Kramatorsk, uma cidade do Donbass ainda sob controle ucraniano, foi alvo de intensos bombardeios na sexta-feira (16), quando a cidade de Vinnytsia, no centro do país, contava seus mortos após um letal ataque no dia anterior.
O ataque à Praça da Paz, no centro de Kramatorsk, deixou uma cratera de dois metros e destruiu as janelas dos prédios próximos. Não deixou vítimas, porque ocorreu após o toque de recolher, disse um oficial da defesa aérea, que pediu para não ser identificado.
"Estava na minha varanda. Vi algo pegando fogo no meio da praça e depois explodiu", contou Genya, uma moradora de 72 anos.
Antes disso, três ataques haviam sido lançados no sul de Kramatorsk, na direção do aeroporto, onde jornalistas da AFP viram uma coluna de fumaça.
Os bombardeios ocorreram um dia depois dos ataques com mísseis sobre Vinnytsia, centenas de quilômetros a oeste, que deixaram pelo menos 23 mortos. Entre eles, estão várias crianças.
"A identificação de todos os culpados" por este ataque "já começou", declarou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na sexta-feira, citando o saldo de vítimas.
"A sociedade russa, com tantos assassinos e carrascos, continuará destruída por gerações, e isso é culpa deles", acrescentou Zelensky, após afirmar que quase toda Ucrânia se encontrava sob alerta aéreo na noite de sexta-feira, em meio a ataques a Dnipro (leste), a Kremenchuk (perto de Kiev) e à região de Kiev.
As autoridades ucranianas identificaram uma das vítimas fatais como Liza Dmitrieva, uma menina de quatro anos de idade com síndrome de Down. Acompanhada da mãe, ela ia a um centro terapêutico nesta cidade de 370.000 habitantes.
Irina, a mãe da criança, está viva, mas seu estado é "crítico", após passar por uma cirurgia, informou Sergiy Borzov, uma autoridade local de Vinnytsia.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "horrorizado" com o bombardeio, classificado de "atrocidade" pela União Europeia (UE).