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Kerry tenta diminuir divergências entre Israel e palestinos

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, tentava aproximar os pontos de vista de palestinos e israelenses

John Kerry (e) ouve Benjamin Netanyahu: Kerry se reuniu durante três horas com o premiê israelense (Brendan Smialowski/AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2014 às 16h24.

Jerusalém - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry , tentava aproximar nesta sexta-feira os pontos de vista de palestinos e israelenses sobre um projeto de "acordo-marco", com objetivo de estabelecer os pontos básicos de um acordo de paz definitivo.

Kerry se reuniu durante três horas com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, após um encontro de cinco horas na quinta-feira.

No início da noite, o secretário de Estado deve reunir-se com o presidente palestino, Mahmud Abbas, em Ramallah, capital da Cisjordânia.

Durante a missão de quatro dias, Kerry vai examinar com israelenses e palestinos um projeto que traça as linhas gerais de um acordo definitivo - fronteiras, segurança, o estatuto de Jerusalém e o destino dos refugiados palestinos.

"Um acordo-marco seria um avanço significativo que permitiria cobrir todos os problemas que estão por trás da questão", disse Kerry.

Os detalhes do texto ainda não foram oficialmente divulgados.

O senador republicano John McCain, em visita a Israel e próximo de Netanyahu - com quem se encontrou nesta sexta-feira - disse ter grandes ressalvas sobre as propostas de Kerry.

"O primeiro-ministro Netanyahu tem sérias preocupações quanto ao plano que lhe foi apresentado, seja em se tratando da capacidade de Israel de proteger suas fronteiras ou das intenções de um Estado palestino", afirmou McCain em coletiva de imprensa.

No momento em que o secretário de Estado concedia entrevistas, Israel realizou - com sucesso - um segundo teste com o sistema Arrow 3, instalado em parceria com os Estados unidos para interceptar mísseis balísticos, informou o ministério da Defesa.

Segundo o comentarista israelense Ben Caspit, o projeto de Kerry não é nada além de um documento "vago, uma exposição geral sobre os arranjos que nós podemos chegar", que tem por objetivo justificar o prolongamento das negociações para além de 29 de abril, quando chega ao fim os nove meses previstos para as negociações de paz.


O chefe das negociações palestino, Saëb Erakat advertiu que "é impossível dar um minuto a mais de prolongamento às discussões após os nove meses previstos".

Os palestinos rejeitam a ideia de um acordo "parcial" com Israel, e as negociações não progridem em razão de profundas divergências.

Israelenses e palestinos se acusam de sabotarem as tentativas de chegarem à paz.

Netanyahu criticou Abbas de ter recebido como "heróis" os prisioneiros palestinos libertados na semana passada pelo governo de Israel.

Vários problemas, sobretudo a extensão das colônias de Jerusalém leste anexada e na Cisjordânia ocupada e o estatuto do vale do Jordão, pesam sobre as conversas de John Kerry.

Abbas ameaçou recorrer a instâncias internacionais contra "o câncer da colonização" e renovou sua recusa de "qualquer presença militar israelense nos territórios que pertencem ao Estado independente da Palestina", em alusão ao vale do Jordão, nas fronteiras da Cisjordânia e da Jordânia.

Segundo o jornal israelense Maariv, Kerry propôs em dezembro, durante sua última visita ao estado hebreu, "uma presença militar israelense limitada nos pontos de passagem sobre o Jordão por um número limitado de anos".

Uma comissão ministerial israelense acaba de adotar um projeto de lei - apresentado pela ultra-direita nacionalista - que prevê a anexação do vale do Jordão mesmo em caso de um acordo de paz.

A visita do chefe da diplomacia norte-americana acontece no momento em que a violência aumenta na Cisjordânia e em Gaza. Um palestino morreu na noite da última quarta-feira ao inalar gases lacrimogêneos jogados pelo exército israelense para dispersar um motim.

A viagem de Kerry coincide também com o agravamento no estado de saúde do ex-premier israelense Ariel Sharon que, após oito anos em coma, encontra-se em estado crítico.

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Jerusalém - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry , tentava aproximar nesta sexta-feira os pontos de vista de palestinos e israelenses sobre um projeto de "acordo-marco", com objetivo de estabelecer os pontos básicos de um acordo de paz definitivo.

Kerry se reuniu durante três horas com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, após um encontro de cinco horas na quinta-feira.

No início da noite, o secretário de Estado deve reunir-se com o presidente palestino, Mahmud Abbas, em Ramallah, capital da Cisjordânia.

Durante a missão de quatro dias, Kerry vai examinar com israelenses e palestinos um projeto que traça as linhas gerais de um acordo definitivo - fronteiras, segurança, o estatuto de Jerusalém e o destino dos refugiados palestinos.

"Um acordo-marco seria um avanço significativo que permitiria cobrir todos os problemas que estão por trás da questão", disse Kerry.

Os detalhes do texto ainda não foram oficialmente divulgados.

O senador republicano John McCain, em visita a Israel e próximo de Netanyahu - com quem se encontrou nesta sexta-feira - disse ter grandes ressalvas sobre as propostas de Kerry.

"O primeiro-ministro Netanyahu tem sérias preocupações quanto ao plano que lhe foi apresentado, seja em se tratando da capacidade de Israel de proteger suas fronteiras ou das intenções de um Estado palestino", afirmou McCain em coletiva de imprensa.

No momento em que o secretário de Estado concedia entrevistas, Israel realizou - com sucesso - um segundo teste com o sistema Arrow 3, instalado em parceria com os Estados unidos para interceptar mísseis balísticos, informou o ministério da Defesa.

Segundo o comentarista israelense Ben Caspit, o projeto de Kerry não é nada além de um documento "vago, uma exposição geral sobre os arranjos que nós podemos chegar", que tem por objetivo justificar o prolongamento das negociações para além de 29 de abril, quando chega ao fim os nove meses previstos para as negociações de paz.


O chefe das negociações palestino, Saëb Erakat advertiu que "é impossível dar um minuto a mais de prolongamento às discussões após os nove meses previstos".

Os palestinos rejeitam a ideia de um acordo "parcial" com Israel, e as negociações não progridem em razão de profundas divergências.

Israelenses e palestinos se acusam de sabotarem as tentativas de chegarem à paz.

Netanyahu criticou Abbas de ter recebido como "heróis" os prisioneiros palestinos libertados na semana passada pelo governo de Israel.

Vários problemas, sobretudo a extensão das colônias de Jerusalém leste anexada e na Cisjordânia ocupada e o estatuto do vale do Jordão, pesam sobre as conversas de John Kerry.

Abbas ameaçou recorrer a instâncias internacionais contra "o câncer da colonização" e renovou sua recusa de "qualquer presença militar israelense nos territórios que pertencem ao Estado independente da Palestina", em alusão ao vale do Jordão, nas fronteiras da Cisjordânia e da Jordânia.

Segundo o jornal israelense Maariv, Kerry propôs em dezembro, durante sua última visita ao estado hebreu, "uma presença militar israelense limitada nos pontos de passagem sobre o Jordão por um número limitado de anos".

Uma comissão ministerial israelense acaba de adotar um projeto de lei - apresentado pela ultra-direita nacionalista - que prevê a anexação do vale do Jordão mesmo em caso de um acordo de paz.

A visita do chefe da diplomacia norte-americana acontece no momento em que a violência aumenta na Cisjordânia e em Gaza. Um palestino morreu na noite da última quarta-feira ao inalar gases lacrimogêneos jogados pelo exército israelense para dispersar um motim.

A viagem de Kerry coincide também com o agravamento no estado de saúde do ex-premier israelense Ariel Sharon que, após oito anos em coma, encontra-se em estado crítico.

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