O presidente afegão Hamid Karzai: "pertencemos a Alá e a ele voltamos. Esta é a vida do povo afegão" (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2011 às 08h41.
Cabul - O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, afirmou nesta terça-feira que o assassinato de seu meio-irmão Ahmed Wali Karzai, por um de seus próprios guarda-costas na cidade afegã de Kandahar, mostra a realidade diária do povo afegão.
"Meu irmão mais novo, Ahmad Wali Karzai, foi assassinado em sua casa. Pertencemos a Alá e a ele voltamos. Esta é a vida do povo afegão. Todos nós estamos sofrendo e esperamos colocar fim no sofrimento do povo", afirmou Karzai em entrevista coletiva.
Karzai compareceu no palácio diante da imprensa acompanhado do presidente da França, Nicolas Sarkozy, quem chegou nesta terça-feira ao Afeganistão em visita oficial e anunciou um calendário detalhado para a retirada de suas tropas do país centro-asiático.
A notícia do assassinato do meio-irmão de Karzai vazou (informação) antes do comparecimento de ambos à imprensa.
"Minhas desculpas por não ter falado com ele (Sarkozy) com felicidade e sorrisos", desculpou-se o presidente afegão, com os olhos vermelhos e claras demonstrações de dor.
O assassinato foi reivindicado por insurgentes talibãs que disseram à Efe que esta morte foi uma de suas "grandes conquistas" na luta contra as tropas estrangeiras presentes no país e o Governo afegão.
Ahmed Wali Karzai era o chefe do Conselho provincial de Kandahar e considerado o homem mais poderoso do sul afegão, embora sobre ele pesassem acusações de corrupção e de envolvimento no tráfico de ópio.