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Kamala liga para Trump e reconhece derrota nas eleições de 2024

Democrata não deu declarações públicas desde a noite de ontem

A vice-presidente Kamala Harris, durante comício (Kent Nishimura /AFP)

A vice-presidente Kamala Harris, durante comício (Kent Nishimura /AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 6 de novembro de 2024 às 15h59.

Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 16h12.

A vice-presidente Kamala Harris telefonou para Donald Trump para reconhecer a derrota e parabenizá-lo pela vitória nas eleições presidenciais de 2024 dos Estados Unidos, segundo auxiliares dela contaram ao jornal The New York Times e à agência Reuters.

A ligação foi feita no começo da tarde desta quarta-feira, 6. Ela deve fazer um discurso ao país às 16h na hora local (18h em Brasília).

Kamala não deu declarações desde a noite de apuração. Ela foi derrotada por Trump na eleição presidencial, realizada na terça, 5. A confirmação da vitória veio por volta das 7h40 desta quarta (horário de Brasília).

Trump venceu Kamala ao atingir 292 delegados no Colégio Eleitoral, nas projeções de diversos veículos de comunicação do país. Ele conquistou até agora cinco dos sete estados decisivos: Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte. Os outros dois ainda estão sendo apurados.

O bilionário de 78 anos voltará ao poder quatro anos após ter perdido a reeleição em 2020, para o atual presidente Joe Biden. Trump se recusou a reconhecer a derrota e estimulou protestos, que culminaram com a invasão do Congresso, em 6 de janeiro de 2021, por seus apoiadores. Trump deixou a Presidência em 20 de janeiro de 2021, sem comparecer à cerimônia de posse do rival, rompendo uma tradição de décadas.

Apesar da derrota e das críticas que sofreu por não reconhecer a derrota, ele conseguiu manter o controle do Partido Republicano nos anos seguintes, mesmo tendo sido alvo de quatro grandes processos na Justiça. Ele foi condenado em um deles, por fraude fiscal, mas a sentença foi adiada e sairá depois da eleição.

O republicano fez campanha baseada em propostas para reforçar o combate à imigração irregular, aumentar tarifas sobre produtos importados e reduzir impostos, para baixar o custo de vida.

Tiro na campanha

Trump conseguiu vencer as primárias sem dificuldade. Sua única rival de peso no partido foi a ex-embaixadora Nikki Haley, que desistiu no começo de março.

Em 13 de julho, o candidato levou um tiro de raspão na orelha enquanto fazia um comício na Pensilvânia. Ele teve apenas ferimentos leves. Houve outra tentativa de ataque contra ele em setembro, quando um homem com uma arma foi preso perto de um campo de golfe onde ele estava.

Na campanha, Trump buscou repetir a tática que marcou suas campanhas de 2016 e 2020: prometeu deportações em massa de imigrantes, mais tarifas para proteger a indústria americana e atrair empregos e cortar impostos de empresas, para estimular negócios.

O republicano recebeu o apoio do bilionário Elon Musk, que foi a comícios ao lado dele, doou milhões de dólares para a campanha e chegou a sortear dinheiro para apoiadores, em um caso que acabou sendo investigado pela Justiça.

Depois do segundo mandato, Trump não poderá se reeleger. A lei americana determina que uma mesma pessoa possa ter apenas dois mandatos como presidente.

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