Kamala Harris chega a Chicago para a convenção democrata que a confirmará na eleição contra Trump
Sondagem Washington Post/ABC/Ipsos, divulgada neste domingo, coloca a vice-presidente ligeiramente acima de Trump
Agência de notícias
Publicado em 19 de agosto de 2024 às 07h02.
Última atualização em 19 de agosto de 2024 às 07h06.
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, chegou no domingo, 18, à noite (hora local), a Chicago para participar daConvenção Nacional Democrata, que a oficializará como candidata do partido na briga contra Donald Trump pela Casa Branca.
Harris, que neste domingo também teve uma agenda lotada no decisivo estado da Pensilvânia, viverá um momento-chave de sua carreira na terceira cidade dos Estados Unidos e coroará um dos meses mais agitados da política americana contemporânea.
A vice-presidente, de 59 anos, injetou ânimo a sua indicação ao receber o aval de Joe Biden para assumir a campanha, depois de o presidente de 81 anos ter decidido encerrar a busca pela reeleição, encurralado por críticas agravadas após uma participação desastrosa num debate contra Trump.
Uma sondagem Washington Post/ABC/Ipsos divulgada neste domingo colocou-a ligeiramente acima de Trump, que há um mês estava empatado com Biden.
Mas Harris, cuja efervescência deixa o Partido Republicano desconfortável, não está confiante.
"Não nos vejo como favoritos", disse ela a repórteres na Pensilvânia, neste domingo, durante um passeio de ônibus com seu companheiro de chapa, o governador de Minnesota, Tim Waltz.
"Devemos ganhar cada voto e isso significa estar na estrada, encontrar as pessoas", acrescentou.
Por sua vez, Trump, que com a saída de Biden teve de redefinir a sua estratégia de ataque, optou por desqualificarHarriscom insultos pessoais e detalhou uma agenda completa de eventos em estados-chave como a Pensilvânia, onde em julho foi alvo de uma tentativa de homicídio.
O magnata retornará lá na segunda-feira e depois seguirá para Michigan, Carolina do Norte e Arizona, onde visitará a fronteira com o México para falar sobre migração, eixo de sua plataforma eleitoral.
Convenção Nacional Democrata
Mas esta semana o foco estará em Harris. Cerca de 50 mil pessoas devem se aglomerar em Chicago para ouvir a candidata, que deverá fazer o discurso mais importante do evento na noite de quinta-feira.
A mobilização levou a um complexo esquema de segurança, com cerca de 2.500 policiais nas ruas. Em bicicletas e carros-patrulha, homens uniformizados estão por toda parte em Chicago.
O evento democrata atraiu também dezenas de ativistas, que saíram às ruas para protestar pelos direitos reprodutivos, pela comunidade LGBT e a favor de um cessar-fogo em Gaza.
As autoridades locais prometeram garantias aos manifestantes, desde que mantivessem a expressão em termos “pacíficos”.
"A grande maioria dos manifestantes quer que suas vozes sejam ouvidas e vamos proteger isso", disse o governador de Illinois, J.B. Pritzker, domingo de manhã na CNN. Mas “se houver desordeiros, serão presos e condenados”.
A casta democrática
Às margens do imponente Lago Michigan, os pesos-pesados do Partido Democrata subirão ao palco para apoiar Harris, a começar pelo ex-presidenteBarack Obamae a esposa dele,Michelle, que falarão na terça-feira.
No seu reduto de Chicago, o carismático casal procurará atiçar as paixões dos democratas, muitos dos quais dizem encontrar, neste início de campanha, uma euforia que lembra a marcha até a Casa Branca do primeiro presidente negro dos Estados Unidos, em 2008.
Já o discurso de Biden, agora, deverá estar impregnado de nostalgia e terá sabor de despedida.
O presidnte, que originalmente veio ao United Center em Chicago para solidificar sua candidatura a um segundo mandato, oferecerá, em vez disso, quase meio século de carreira política, cujo toque final será o endosso a Harris.
Depois de analisar as conquistas do seu primeiro e único mandato, Biden pedirá apoio à vice-presidente, destacando a importância da eleição contra Trump, que foi condenado criminalmente e que não se comprometeu a admitir uma possível derrota.
O evento em Chicago pretende ser uma demonstração de unidade e entusiasmo contra o magnata.
A presença, na convenção, de Hillary Clinton, que o republicano derrotou para uma surpresa geral em 2016, pode lembrar aos eufóricos democratas que devem ser cautelosos.