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Justiça rejeita acusação contra Boris Johnson por "mentiras" sobre Brexit

Advogados acusam Johnson, defensor do Brexit, de ter mentido deliberadamente em 2016, quando era prefeito de Londres

Boris Johnson: ex-chanceler é o favorito para substituir Theresa May (Andrew Yates/Reuters)
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AFP

Publicado em 7 de junho de 2019 às 12h33.

A Justiça britânica desconsiderou, nesta sexta-feira (7), uma ação por "má conduta em cargo público" apresentada contra o ex-chanceler Boris Johnson, favorito para substituir Theresa May como primeiro-ministro e acusado de ter mentido durante a campanha do referendo sobre o Brexit em 2016.

"Invalidamos a decisão da juíza de distrito de convocar" Johnson, disse o juiz Michael Supperstone, da Alta Corte de Londres.

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O ex-ministro das Relações Exteriores recorreu da decisão tomada na semana passada de intimá-lo, em função das acusações lançadas contra ele pelo empresário britânico Marcus Ball.

A intervenção de Johnson na campanha do referendo foi decisiva para a vitória do Brexit por 52%.

Os advogados de Ball acusam Johnson, um ardoroso defensor do Brexit, de ter mentido deliberadamente em 2016, quando era prefeito de Londres. Na época, ele afirmou que o Reino Unido enviava 350 milhões de libras (440 milhões de dólares) por semana para Bruxelas.

"O Reino Unido nunca enviou, ou deu, 350 milhões de libras por semana", havia afirmado um dos advogados, Lewis Power, ao apresentar o caso há dois semanas no tribunal londrino de Westminster Magistrates.

Johnson "sabia que essa cifra era falsa" e, "ainda assim, optou por repeti-la, uma vez e outra", afirmou.

"A democracia exige uma liderança responsável e honesta por parte das pessoas que ocupam funções públicas", acrescentou.

O político, que aparece como grande favorito entre os 11 candidatos declarados para substituir May na liderança do Partido Conservador e do governo, nega as acusações.

Seu advogado, Adrian Darbishire, afirmou que a acusação é inadequada e se trata de uma manobra "política".

Sem se pronunciar sobre as afirmações de Ball, a juíza Margot Coleman, do Westminster Magistrates, considerou na última semana que havia material suficiente para que Johnson comparecesse perante o tribunal para uma audiência preliminar, ainda sem data. Nessa audiência, seria determinado se o caso merecia, ou não, ser julgado.

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