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Justiça catalã arquiva caso de suposta compra ilegal de fígado para Abidal

A suspeita sobre a compra de um fígado para o ex-jogador aconteceu com base em grampos telefônicos de Sandro Rosell, ex-presidente do clube catalão

O jogador fez um transplante em 2012 de um doador vivo, que sempre foi identificado pelo clube e pelo jogador como primo de Abidal, no Hospital Clinic de Barcelona (Denis Doyle/Getty Images)

O jogador fez um transplante em 2012 de um doador vivo, que sempre foi identificado pelo clube e pelo jogador como primo de Abidal, no Hospital Clinic de Barcelona (Denis Doyle/Getty Images)

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EFE

Publicado em 4 de julho de 2018 às 11h05.

Barcelona - Uma juíza de Barcelona abriu há um ano uma investigação sobre a suposta compra ilegal de um fígado para ser transplantado ao ex-lateral-esquerdo francês Eric Abidal, que teve câncer no órgão, mas arquivou o caso após não encontrar indícios de crime.

A suspeita ocorreu com base em grampos telefônicos policiais de Sandro Rosell, ex-presidente do clube catalão e que está preso por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Segundo o portal "El Confidencial", nas escutas feitas como parte da investigação sobre lavagem de dinheiro, o ex-dirigente do Barcelona conversou com um indivíduo identificado como "Juanjo", que mencionou que "compraram um fígado ilegal" para Abidal, de modo que o transplante fosse realizado em abril de 2012.

O lateral foi submetido no dia 10 de abril de 2012 a um transplante de fígado de um doador vivo, que sempre foi identificado pelo clube e pelo jogador como primo de Abidal, no Hospital Clinic de Barcelona.

O Tribunal Superior de Justiça da Catalunha informou nesta quarta-feira que várias investigações foram feitas desde maio do ano passado, mas que não foi possível definir nenhum ilícito penal nem o suposto autor. Diante desta situação, a juíza decidiu arquivar o caso no início deste ano.

A defesa de Rosell no caso de lavagem de dinheiro manifestou hoje que não tinha conhecimento desses fatos e disse estranhar que alguém pense que seja possível comprar um fígado ilegal e realizar o transplante em um hospital público.

O Hospital Clinic de Barcelona, onde Abidal foi submetido ao transplante de fígado, seguiu todos os protocolos legais determinados para os transplantes, segundo informaram fontes do estabelecimento à Agência Efe.

Cirurgiões desse hospital público se encarregaram tanto de extrair o fígado como de transplantá-lo ao ex-jogador, seguindo sempre as normas estabelecidas pela Organização Nacional de Transplantes (ONT) e pela Organização Catalã de Transplantes (OCATT), que são as encarregadas de zelar pelo cumprimento dos protocolos de doações e transplantes.

"Está tudo protocolarizado e o hospital cumpriu todo o procedimento legal", disseram à Efe fontes do centro de saúde, que também se encarregou de confirmar a compatibilidade médica do órgão que foi transplantado.

A Fundação Eric Abidal informou nesta quarta-feira que "todo o processo relacionado" ao transplante de fígado do ex-jogador "se adequou aos procedimentos e protocolos estabelecidos".

"A Fundação Eric Abidal lamenta que se ponha em dúvida a honorabilidade de todos os envolvidos no processo, pelos quais Eric Abidal possui uma grande admiração e um enorme agradecimento, especialmente ao doador, seu primo Gerard", afirmou em comunicado.

O Barcelona desmentiu "categoricamente" que tenha ocorrido qualquer "fato irregular" relacionado ao transplante de fígado de Abidal, que era jogador do clube naquela época e hoje ocupa o cargo de auxiliar técnico.

A Organização Nacional de Transplantes iniciou uma investigação interna em colaboração com a Organização Catalã de Transplantes e o Hospital Clinic de Barcelona para apurar "a gravidade" das supostas irregularidades.

A ONT afirma que conheceu o caso pela imprensa e sustenta que, segundo a informação da qual dispõe, o processo de doação e transplante ao ex-lateral francês seguiu a legislação vigente e os protocolos clínicos em matéria de transplante de doador vivo.

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