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Jovens árabes rejeitam EI e duvidam do modelo de califado

O estudo anual sobre a Juventude Árabe 2016 revela uma diminuição do apoio tácito ao EI, já que só 13% poderiam respaldá-lo "se não usasse tanta violência"

Jovens: três de cada quatro jovens árabes estão preocupados pelo aumento do grupo terrorista (Alaa Al-Faqir / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2016 às 10h37.

Cairo - A maioria dos jovens árabes rejeita o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e não acredita que este possa impor seu modelo de califado na região, segundo um estudo da empresa de consultoria internacional Burson-Marsteller divulgado nesta terça-feira.

O estudo anual sobre a Juventude Árabe 2016 revela uma diminuição do apoio tácito ao EI, já que só 13% dos indagados poderiam respaldá-lo "se não usasse tanta violência", contra 19% de 2015.

Segundo as entrevistas presenciais realizadas entre janeiro e fevereiro de 2016 com 3,5 mil homens e mulheres de países como a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Egito, Líbia, Marrocos e Iêmen, 50% consideram o EI "o principal obstáculo na região".

Três de cada quatro jovens árabes estão preocupados pelo aumento do grupo terrorista, mas só um de cada seis acredita que possa se impor no Oriente Médio.

A enquete mostrou que 25% opinaram que a falta de emprego e oportunidades é o principal fator que impulsiona o recrutamento nas fileiras jihadistas, enquanto outros 25% não encontraram razão para que alguém queira se unir ao EI.

A pesquisa aponta que o país que mais influencia sobre os jovens árabes é Arábia Saudita pelo quinto ano consecutivo (31%), seguido dos Emirados Árabes Unidos (28%) e EUA (25%).

Com relação aos EUA há certa divisão: dois terços dos jovens veem este país como um aliado e um terço o vê como um inimigo, sobretudo no Iraque (93%), Iêmen (82%) e Palestina (81%).

A potência xiita Irã é considerada um inimigo por 52% dos jovens árabes e só como um aliado por 13%, enquanto 45% apoiam o acordo nuclear com este país e 39% rejeitam.

Sobre as relações entre as dois principais ramos do islã, entre sunitas e xiitas, quase a metade dos indagados opinou que piorou nos últimos cinco anos.

A pesquisa mostrou que 52% afirmaram, além disso, que a religião tem "um papel muito importante no Oriente Médio".

O estudo aborda também o conflito na Síria, que é visto por 39% da juventude como "uma guerra de poder internacional entre as potências regionais e globais"; como uma revolução contra o regime de Bashar al-Assad por 29%; e como uma guerra civil entre os sírios, por 22%.

Cinco anos depois da chamada Primavera Árabe, a maioria dos jovens (53%) dão hoje prioridade à estabilidade frente à democracia.

Além disso, em 2016, só 36% pensam que o mundo árabe se encontra em melhor situação após as revoluções da Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen, um porcentagem muito inferior aos 72% registrados em 2012.

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Cairo - A maioria dos jovens árabes rejeita o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e não acredita que este possa impor seu modelo de califado na região, segundo um estudo da empresa de consultoria internacional Burson-Marsteller divulgado nesta terça-feira.

O estudo anual sobre a Juventude Árabe 2016 revela uma diminuição do apoio tácito ao EI, já que só 13% dos indagados poderiam respaldá-lo "se não usasse tanta violência", contra 19% de 2015.

Segundo as entrevistas presenciais realizadas entre janeiro e fevereiro de 2016 com 3,5 mil homens e mulheres de países como a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Egito, Líbia, Marrocos e Iêmen, 50% consideram o EI "o principal obstáculo na região".

Três de cada quatro jovens árabes estão preocupados pelo aumento do grupo terrorista, mas só um de cada seis acredita que possa se impor no Oriente Médio.

A enquete mostrou que 25% opinaram que a falta de emprego e oportunidades é o principal fator que impulsiona o recrutamento nas fileiras jihadistas, enquanto outros 25% não encontraram razão para que alguém queira se unir ao EI.

A pesquisa aponta que o país que mais influencia sobre os jovens árabes é Arábia Saudita pelo quinto ano consecutivo (31%), seguido dos Emirados Árabes Unidos (28%) e EUA (25%).

Com relação aos EUA há certa divisão: dois terços dos jovens veem este país como um aliado e um terço o vê como um inimigo, sobretudo no Iraque (93%), Iêmen (82%) e Palestina (81%).

A potência xiita Irã é considerada um inimigo por 52% dos jovens árabes e só como um aliado por 13%, enquanto 45% apoiam o acordo nuclear com este país e 39% rejeitam.

Sobre as relações entre as dois principais ramos do islã, entre sunitas e xiitas, quase a metade dos indagados opinou que piorou nos últimos cinco anos.

A pesquisa mostrou que 52% afirmaram, além disso, que a religião tem "um papel muito importante no Oriente Médio".

O estudo aborda também o conflito na Síria, que é visto por 39% da juventude como "uma guerra de poder internacional entre as potências regionais e globais"; como uma revolução contra o regime de Bashar al-Assad por 29%; e como uma guerra civil entre os sírios, por 22%.

Cinco anos depois da chamada Primavera Árabe, a maioria dos jovens (53%) dão hoje prioridade à estabilidade frente à democracia.

Além disso, em 2016, só 36% pensam que o mundo árabe se encontra em melhor situação após as revoluções da Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen, um porcentagem muito inferior aos 72% registrados em 2012.

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