Jornalistas mortos e presos são eleitos "Pessoa do Ano" pela revista Time
Foram homenageados o jornalista saudita Khashoggi, a filipina Maria Ressa, os dois repórteres Wa Lone e Kyaw Soe Oo, e a redação do jornal Capital Gazette
AFP
Publicado em 11 de dezembro de 2018 às 11h50.
Última atualização em 17 de abril de 2019 às 12h23.
O jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado no consulado de seu país em Istambul, e outros três repórteres e um meio de comunicação foram reconhecidos com como "Pessoa do Ano 2018" pela revista " Time ".
"Este ano estamos reconhecendo quatro jornalistas e um meio de comunicação que pagaram um terrível preço por encarar os desafios deste momento", afirmou Edward Felsenthal, diretor da publicação nova-iorquina.
O prêmio, outorgado anualmente desde 1927, "reconhece a pessoa ou grupo de pessoas que mais influenciaram as notícias e o mundo - para bem ou para mal - durante o ano".
Junto com Khashoggi, também foram reconhecidos a jornalista filipina Maria Ressa, editora do portal de notícias "Rappler", muito crítico ao presidente filipino, Rodrigo Duterte; e os repórteres da agência "Reuters" Wa Lone e Kyaw Soe Oo, detidos pelas autoridades da Mianmar enquanto averiguavam as atrocidades cometidas contra a minoria rohingya.
Além disso, a revista homenageou também o trabalho do jornal americano "Capital Gazette", de Annapolis (Maryland), onde cinco repórteres foram mortos em um tiroteio este ano.
Khashoggi, que colaborava com o jornal "The Washington Post" e era muito crítico ao governo de Riad, foi assassinado em outubro no consulado saudita em Istambul.
"Como todas as virtudes humanas, a coragem nos chega de diferentes maneiras e em diferentes momentos", acrescentou Felsenthal.
As integrantes do movimento #MeToo foram reconhecidas como "Pessoa do Ano" na última edição do prêmio, em 2017.