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Jornalistas de Mianmar são presos depois de se entregarem à polícia

Os três jornalistas são acusados de causar "medo ou alarme" com um artigo do principal repórter do jornal contra o governo de Yangon

Mianmar: os três jornalistas vão ficar sob custódia até 17 de outubro (Ann Wang/Reuters)
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Reuters

Publicado em 10 de outubro de 2018 às 12h09.

Última atualização em 26 de outubro de 2018 às 12h05.

Yangon - Três jornalistas veteranos do maior jornal privado de Mianmar foram mantidos sob custódia depois de se entregarem à polícia nesta quarta-feira, e são acusados de causar "medo ou alarme" na esteira de uma queixa do governo regional de Yangon.

Um deles, Kyaw Zaw Linn, editor-chefe do Eleven Media Group, havia dito à Reuters mais cedo que a polícia fez uma busca na sede do jornal perto das 19h (horário local) de terça-feira, mas que ele e outros dois jornalistas procurados pelas autoridades não estavam no local.

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"A redação me informou que eles vieram por causa de um artigo no jornal", disse ele pouco depois de chegar à delegacia do município de Tamwe, no centro de Yangon, com advogados na manhã desta quarta-feira.

Horas depois os três jornalistas foram levados algemados a um tribunal de Tamwe, e de lá foram encaminhados à prisão de Insein, no norte de Yangon, onde permanecerão sob custódia até 17 de outubro.

O advogado de defesa Kyi Myint disse aos repórteres diante da corte que o governo regional de Yangon apresentou uma queixa por causa de um artigo do principal repórter do jornal, Phyo Wai Win. Publicado na segunda-feira, o artigo tem citações de parlamentares regionais que questionaram os gastos públicos, inclusive uma reforma nos transportes do polo comercial do país.

O governo regional de Yangon é comandado pelo ministro-chefe Phyo Min Thein, protegido da líder civil de Mianmar, Aung San Suu Kyi, e membro de seu partido, a Liga Nacional pela Democracia.

O assistente do ministro-chefe, Maung Maung Kyi, não quis comentar a queixa do governo regional, encaminhando todas as perguntas a um departamento de informação que a Reuters não conseguiu contatar nesta quarta-feira. O porta-voz do governo nacional, Zaw Htay, não respondeu a uma ligação pedindo comentários.

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