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Jogadores muçulmanos na Copa enfrentam decisão sobre ramadã

França, Alemanha, Suíça, Bélgica, Argélia e Nigéria estão entre as seleções que possuem jogadores muçulmanos

Jogadores da Argélia comemoram gol durante partida contra a Bélgica pela Copa (Leonhard Foeger/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2014 às 20h31.

Recife - A fase de mata-mata da Copa do Mundo coincide com o início do ramadã e os jogadores muçulmanos devem decidir se vão aderir ao jejum religioso, com duração de um mês, que começa no fim de semana.

França, Alemanha, Suíça, Bélgica, Argélia e Nigéria estão entre as seleções que possuem jogadores muçulmanos, que devem optar se vão se submeter ao período de 30 dias de jejum e reflexão.

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Durante o ramadã, o nono e mais sagrado mês do calendário islâmico, espera-se que todos os muçulmanos adultos e sadios deixem de comer e beber durante a luz do dia.

Esse cenário poderia causar estragos no caso de atletas de elite, com dietas cuidadosamente controladas, especialmente nas condições húmidas e quentes nas quais alguns jogos têm sido disputados no Brasil.

“O desafio principal é tentar manter a hidratação diariamente, e em segundo lugar tentar manter os níveis de energia”, disse Emma Gardner, nutricionista do Instituto Inglês do Esporte, à Reuters.

“A massa muscular também é um problema. As pesquisas apontam que as pessoas podem perder massa ao longo do período do ramadã, embora a tendência é que isso ocorra no período inicial”, disse ela.

As observações de Gardner contrastam com as feitas por Jiri Dvorak, diretor-médico da Fifa, que disse em uma coletiva de imprensa na segunda-feira que os jogadores submetidos ao jejum não teriam qualquer deterioração em sua condição física.

“Fizemos extensos estudos em jogadores durante o ramadã, e a conclusão foi que se o ramadã for acompanhado adequadamente, não há nenhuma redução no desempenho físico dos jogadores”, disse Dvorak aos jornalistas.

Ozil Não Pode Jejuar

O alemão Mesut Ozil é um dos jogadores que já decidiu o que fazer.

“O ramadã começa no sábado, mas eu não vou participar porque estou trabalhando”, disse ele em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira.

“Para jogadores que obedecerem ao jejum durante o Mundial, o momento ideal para jogar seria no fim do dia, pois é mais perto da hora em que podem reabastecer e reidratar”, disse Gardner, que já trabalhou com um jogador de hóquei nessa situação.

“Alguns atletas optam por usar o bochecho, no qual basicamente enxaguam a boca com água, mas ingerem nada”, disse ela, que também já atuou junto ao clube inglês Blackburn Rovers.

A desidratação pode ter um efeito negativo sobre o desempenho. A perda de um ou dois por cento dos fluídos em relação ao peso leva a problemas como falta de concentração.

No entanto, a nutricionista disse que a melhor maneira de auxiliar o jogador em jejum seria consultar seu técnico para assegurar o planejamento adequado da atividade física e recuperação, com a recomendação de que treinem somente uma vez por dia.

Realimentar o corpo sob tais circunstâncias não é fácil, já que toda a ingestão diária deve ser feita à noite. “Descobri que no intervalo do jejum, para devolver o atleta a um estado hidratado ele deve ingerir cerca de seis litro de fluídos”, disse Gardner.

"As diretrizes mandam de dois litros e meio a três litros de fluído por dia, então muitas pessoas se surpreendem ao ouvir seis", acrescentou.

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