Bandeira da Coreia do Norte: sequestros foram realizados durante décadas (Cancan Chu/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2014 às 11h51.
Tóquio - O governo do Japão informou nesta quarta-feira que enviará uma delegação a Pyongyang no próximo dia 27 para discutir os avanços na investigação do sequestro de cidadãos japoneses realizados durante décadas pelo regime norte-coreano.
A delegação será formada por 10 membros e liderada pelo diretor para a Ásia Pacífico da Chancelaria japonesa, Junichi Ihara, explicou em entrevista coletiva o porta-voz Yoshihide Suga.
Suga detalhou que o grupo se reunirá durante dois dias com representantes do "Comitê de Investigação Especial" que a Coreia do Norte concordou em maio em estabelecer para resolver este assunto.
Em troca, o Japão decidiu suspender parte das sanções que mantinha há anos sobre o regime dos Kim.
O objetivo da visita, que durará três dias, é Tóquio poder saber com mais profundidade o estado no qual está a investigação, já que a Coreia do Norte não apresentou no início de outubro, como estava combinado, um relatório.
O governo do primeiro-ministro Shinzo Abe exige uma investigação minuciosa para resolver o tema dos sequestros de cidadãos japoneses realizados nos anos 70 e 80 pela Coreia do Norte para treinar seus espiões.
O Japão afirma que entre 1977 e 1983 pelo menos 17 japoneses (dos quais só cinco voltaram ao país) foram sequestrados pela Coreia do Norte para dar lições de cultura e idioma em seus programas de treinamento de espiões.
Em 2002 a Coreia do Norte admitiu 13 sequestros, mas argumentou que, fora os cinco cidadãos que devolveu ao Japão, oito morreram e que quatro deles nunca chegaram a pisar em solo norte-coreano, versão que não conta com a confiança do governo japonês.
A polícia japonesa elevou para mais de 800 os casos que investiga a esse respeito.
O sequestro de cidadãos é a maior impedimento para o estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.