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Japão cogita nacionalizar concessionária de usina

A Tokyo Electric Power Co., responsável por Fukushima, recebeu muitas críticas por sua atitude na crise nuclear japonesa, comparada com o incidente de Chernobyl

Edano, porta-voz do governo, negou a tentativa de nacionalização (AFP)

Edano, porta-voz do governo, negou a tentativa de nacionalização (AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2011 às 12h25.

Osaka - O governo do Japão cogita nacionalizar a Tokyo Electric Power Co. (Tepco), concessionária que opera a usina nuclear Daiichi, em Fukushima. No entanto, o governo japonês negou que existam planos imediatos para isso. A Tepco tem sido muito criticada pela forma como tem lidado com a crise nuclear, a mais perigosa desde o acidente em Chernobyl, em 1986.

"Como o Estado tem promovido a energia nuclear como sua política, é necessário que ele assuma a responsabilidade", disse Koichiro Gemba, ministro de Política Nacional, à agência Kyodo News. Segundo ele, a nacionalização é uma opção. "É naturalmente possível realizar várias discussões sobre como a Tepco deveria funcionar" no futuro, disse. Ele acrescentou que o governo vai intervir para cobrir os gastos com os quais a companhia não puder lidar, de acordo com a agência de notícias.

Apesar do comentário do ministro, o chefe de gabinete do governo, Yukio Edano, afirmou em outra entrevista à imprensa que a nacionalização não está sendo considerada no momento.

Mais cedo, o jornal Yomiuri Shimbun afirmou, citando fontes anônimas, que o governo está avaliando assumir uma fatia majoritária na Tepco, bem como assumir parte da responsabilidade pelo pagamento de indenizações geradas pela crise nuclear. Ao tomar o controle da concessionária, o governo também seria capaz de ajudar a garantir que a Tepco tenha capital suficiente para manter estável o abastecimento de eletricidade, segundo o jornal.

Uma das maiores companhias de energia do mundo, a Tepco possui 44,6 milhões de clientes - mais de um terço da população do Japão - na região de Kanto, na principal ilha japonesa, Honshu, o que inclui Tóquio. As informações são da Dow Jones.

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