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Israelenses começam votação que definirá o destino de Netanyahu

Eleição desta terça ocorre faltando um mês para Benjamin Netanyahu comparecer perante a Justiça por "corrupção", "abuso de confiança" e "desfalque"

Benjamin Netanyahu e esposa, Sara Netanyahu: pesquisas divulgadas pela imprensa apontam o Likud (direita) de Netanyahu e a formação Kahol Lavan ("Azul-Branco") de Benny Gantz, empatados (Heidi Levine/Pool/Reuters)
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AFP

Publicado em 17 de setembro de 2019 às 07h48.

Última atualização em 17 de setembro de 2019 às 07h51.

São Paulo — Os israelenses começaram a votar nesta terça-feira em sua segunda legislativa em cinco meses, na qual decidirão se mantém o premier Benjamin Netanyahu , apesar das denúncias de corrupção, ou elegem o ex-comandante do Exército Benny Gantz.

Os 6,4 milhões de eleitores iniciaram a votação exatamente às 07h local (1h em Brasília) e poderão fazê-lo até às 22h nas 10.700 seções distribuídas por todo o país.

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Pesquisas divulgadas pela imprensa apontam o Likud (direita) de Netanyahu, no poder há dez anos ininterruptos, e a formação Kahol Lavan ("Azul-Branco") de Benny Gantz, empatados, com 32 assentos cada, de um total de 120 no Knesset, o Parlamento israelense.

"Raros são os momentos em que os eleitores se defrontam com duas opções tão diferentes, dois caminhos, e precisam escolher qual deles seguir", opinou Benny Gantz em um artigo publicado na segunda nos principais jornais do país.

"Sob meu governo, o partido Azul-Branco mudará a direção do comando do Estado israelense em direção a mais democracia. As divisões vão terminar; pelo contrário, ações rápidas serão tomadas para formar um governo de união", garantiu Gantz, que diz querer liderar o país "no interesse de todos os israelenses" e "não no interesse dos lobistas".

Netanyahu é acusado por seus adversários de permanecer no poder graças ao apoio conquistado dentro dos partidos ultraortodoxos e do movimento de colonização nos territórios palestinos ocupados.

"Esquerda e árabes"

Nas rádios locais, Netanyahu elogiou seu progresso econômico - com o desemprego num mínimo histórico de 3,7% - e instou seus eleitores a votar em massa para impedir que "a esquerda e os árabes" assumam o poder.

Também atacou o centrista Gantz, a quem considera "de esquerda", bem como a "lista unida" dos partidos árabes, hostis ao Likud, embora não estejam relacionados à "Azul-Branco", e que poderiam desempenhar um papel fundamental na formação - ou não - de um governo de coalizão.

No domingo, Netanyahu cancelou seu último comício de campanha, uma estratégia de acordo com seus adversários para mobilizar seus eleitores.

A eleição desta terça-feira ocorre faltando um mês para Netanyahu comparecer perante a Justiça por "corrupção", "abuso de confiança" e "desfalque", acusações pelas quais ainda não foi indiciado.

Uma vitória eleitoral poderia permitir que seus aliados votem sua imunidade.

No domingo, o governo Netanyahu realizou seu último conselho de ministros antes das eleições no vale do Jordão, nos territórios palestinos ocupados, e anunciou a legalização nessa área de uma colônia ilegal sob a lei israelense.

O governo decidiu "transformar a colônia selvagem de Mevoot Yericho, localizada no vale do Jordão, em oficial", anunciou o gabinete do primeiro-ministro. Essa colônia, onde vivem cerca de trinta famílias, permanece ilegal aos olhos da comunidade internacional, como são todas as colônias nos territórios palestinos.

Netanyahu prometeu na semana passada, caso vença as eleições, anexar todas as colônias judaicas no vale do Jordão, um território estratégico que representa aproximadamente 30% da Cisjordânia ocupada.

O anúncio foi duramente criticado pelas autoridades palestinas, que acreditam que, se for realizado, equivale à morte do processo de paz.

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